“O projeto é bom. Queríamos apenas apresentar algumas emendas, infelizmente, o rolo compressor prevaleceu.” O lamento do senador Aécio Neves (PSDB-MG) demonstra o clima que tomou conta do plenário do Senado, nessa terça-feira, durante a votação do Marco Civil da Internet. A aprovação unânime, ainda que sob fortes críticas da oposição, é igualmente reveladora. Elogiado por todos, o projeto oriundo da Câmara dos Deputados pouco foi alvo das discussões. A revolta da minoria se deu com a forma de tramitação, a toque de caixa, em tempo de a presidente Dilma Rousseff apresentá-lo nesta quarta-feira como “troféu”, nas palavras de Aécio, a autoridades de todo o mundo durante o NetMundial. O encontro, em São Paulo, reúne autoridades de dezenas de países para discutir a rede mundial de computadores.
Apesar da insatisfação da minoria, o líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), garantiu que a proposta será ajustada futuramente por meio de medida provisória. Contrariados, os senadores de oposição aceitaram o modus operandi costurado por Braga e demais lideranças da base governista. “Não há aqui nenhum procedimento autoritário. Há tão somente uma matéria muito debatida e um clamor da sociedade”, defendeu a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR).