A Ordem dos Advogados do Brasil (seção Minas Gerais), a Comissão da Verdade Wladimir Herzog, de São Paulo, e outras entidades anunciaram que vão recorrer às cortes internacionais, depois de reunião com a Comissão Nacional da Verdade (CNV), caso ela reafirme sua conclusão de que o ex-presidente Juscelino Kubitschek não foi vítima de atentado e sim de um acidente. De acordo com a Comissão de Direitos Humanos da OAB-MG, a CNV ignorou mais de 100 evidências e indícios apresentados a ela por apurações desde 1996 e ainda contrariou o relatório da comissão paulista, que concluiu que JK foi assassinado no dia 22 de agosto de 1976, em um suposto acidente de carro, na Via Dutra, em Rezende (RJ). O pedido de reunião foi feito logo depois que a CNV apresentou seu relatório e ainda não tem data definida.
Surpresa
A desconfiança com a conclusão, de acordo com Santos, surgiu, principalmente, em razão da recusa dos integrantes da CNV em ouvir pessoas que ajudaram a colher as evidências de que JK foi assassinado. “Ninguém foi ouvido”, reafirmou. Entre os que esperavam prestar depoimento está o presidente da Casa Juscelino Kubitschek, Serafim Jardim, ex-secretário particular de JK, que nos últimos 18 anos colhe evidências do interesse de integrantes do regime militar brasileiro em tirar JK do cenário político do país. “O acidente não foi a única tentativa. Houve uma ocasião em que o avião em que o presidente viajava teve uma pane seca e, apesar da gravidade do problema, ele não recebeu autorização para pousar em Brasília. Foi obrigado a se deslocar até Luizânia (GO)”, conta.