O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse nesta quinta-feira que é preciso ter pressupostos legais claros para pedir quebra de sigilo telefônico. A avaliação foi feita por Cardozo ao comentar pedido do Ministério Público (MP) para investigar se houve ligações telefônicas entre as áreas do Presídio da Papuda e a região onde está localizado o Palácio do Planalto.
Nessa quarta-feira, a promotora Márcia Milhomens Sirotheau Correa, do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, enviou petição à Vara de Execuções Penais do Distrito Federal e ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, reiterando o pedido para investigar se houve ligações telefônicas entre as áreas do Presídio da Papuda e onde está localizado o Palácio do Planalto. O pedido da promotora faz parte da investigação do MP que apura se o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, condenado na Ação Penal 470, o processo do mensalão, usou celular na penitenciária, onde está preso.
Na petição, a promotora afirma que a medida não se trata de quebra de sigilo telefônico e é necessária para apurar denúncias anônimas que chegaram ao Ministério Público. Segundo ela, o pedido busca apenas informações sobre os dados telefônicos. O pedido da promotora não cita o presídio e o Planalto, apenas indica coordenadas geográficas.
Segundo a defesa de Dirceu, uma das coordenadas corresponde ao Centro de Internamento e Reeducação (CIR), onde o ex-ministro está preso e o outro local é o Palácio do Planalto. A defesa de Dirceu reafirma que o ex-ministro não falou ao celular.
Após o pedido do Ministério Público para investigação das ligações telefônicas, a Advocacia-Geral da União (AGU) entrou com uma reclamação disciplinar no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) para pedir a apuração sobre a conduta da promotora.
Com Agência Brasil