O deputado federal José Aníbal (PSDB-SP) criticou, em discurso no plenário da Câmara dos Deputados nesta sexta-feira, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, por ter enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) parecer pedindo autorização para o prosseguimento das investigações que apuram o envolvimento dele na denúncia de corrupção do metrô de São Paulo, no caso Siemens. O parecer é de 1° de abril, quando José Anibal estava à frente da Secretaria de Energia do Estado de São Paulo. No documento, Janot também pede a investigação do secretário de Desenvolvimento Econômico de São Paulo, Rodrigo Garcia.

“É um dossiê forjado pelo PT com participação do ministro da Justiça (Cardozo), que se prestou a transportar um documento anônimo, falso, apócrifo, e que foi desmoralizado”, critica o deputado. José Aníbal alega que o procurador Rodrigo Janot se baseou em uma acusação falsa qual cita que Aníbal é deputado estadual para autorizar a investigação dele. Aníbal defende nunca ter sido deputado pelo estado. Quando assinou o parecer, Janot alegou ver “fortes indícios de existência do esquema de pagamento de propina pela Siemens a agentes públicos vinculados ao metrô de São Paulo”, constava no texto. O relator, ministro Marco Aurélio Mello, ainda não se manifestou sobre o caso.

‘É inaceitável e preocupante que um procurador da República se baseie em ‘indícios’ para pedir a investigação de um deputado. Todo esse procedimento tem como objetivo (do PT) atingir a reputação de quem é igual a eles. O jogo do PT é esse, que todos são iguais. Mas eu não sou igual a eles. Eu faço vida pública há 46 anos, de forma limpa, não tenho nenhum envolvimento até agora em nada”, disse o deputado.

Desde o ano passado, a Siemens é citada num escândalo de cartel em licitações para obras e serviços de manutenção do Metrô de São Paulo e da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos)..