Segundo Padilha, Moura foi militante do PT, trabalhou em atividades da campanha eleitoral da presidente Dilma Rousseff, em 2010, e ocupou "por 3 ou 4 meses" um cargo "sem papel administrativo" no Ministério da Saúde, em 2011. Padilha disse ainda que vai interpelar "qualquer pessoa que tenha usado" seu nome "em vão", inclusive, "se for o caso", o correligionário André Vargas (PT-PR).
Segundo o relatório da Polícia Federal, em mensagens para o doleiro Youssef, Vargas mencionou Padilha, a quem chama de "PAD". No dia 26 de novembro de 2013, Vargas pede ao doleiro que reserve a melhor suíte de um hotel - Blue Tree - que pertence a Youssef, segundo a PF. O deputado diz que falou com o "PAD". "Ele vai marcar uma agenda comigo", diz Vargas. Seu interlocutor responde: "ótimo". Durante a entrevista, Padilha afirmou que a decisão de renunciar é uma questão de "foro íntimo" de Vargas e do PT.
Ataques
O pré-candidato disse ainda que "estão destilando raiva" contra ele e contra o PT.
Padilha não associou diretamente a oposição à disseminação das denúncias envolvendo seu nome, mas disse que cada vez que a Caravana Horizonte Paulista, iniciativa do PT que ele coordena, aponta problemas no Estado, ele e o partido são atacados com injúrias. "Da minha parte continuará havendo respeito", disse, defendendo que a Caravana continuará a debater com a população do Estado os problemas de abastecimento de água, mobilidade e segurança pública, entre outros.
Pedido do DEM
Sobre o pedido do DEM para que ele e Marcus Cézar Moura prestem esclarecimentos na Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara dos Deputados, Padilha disse que "certamente não é uma iniciativa com interesse de colaborar com a apuração". Questionado se compareceria à comissão, o ex-ministro respondeu que não vai comparecer a "nenhum debate de espetáculo eleitoral". Ele ironizou ainda que o DEM nunca tenha chamado nenhum de seus secretários estaduais em São Paulo a prestar esclarecimentos sobre acusações de corrupção no Metrô de São Paulo.
Polícia Federal
Alexandre Padilha havia classificado de mentirosa qualquer citação de envolvimento seu com o doleiro Alberto Youssef bem como a acusação de que ele haveria indicado Moura para o Labogen. Perguntado, então, se a Polícia Federal seria mentirosa, pois a acusação consta de um relatório da instituição, Padilha saiu em defesa do órgão. "Tenho o maior orgulho da Polícia Federal", disse, ressaltando que o governo Lula deu autonomia à PF e à Controladoria Geral da União. "Exatamente por isso quero acesso ao relatório completo". Padilha constituiu um advogado para solicitar judicialmente acesso ao documento..