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Estado de Minas

Rede insiste em candidatura própria para o governo de Minas

Partido virtual, abrigado no PSB, lançou o nome de Apolo Heringer para governador de MG. Direção socialista, no entanto, diz que convenção de junho deve confirmar apoio ao PSDB


postado em 28/04/2014 00:12 / atualizado em 28/04/2014 07:24

A ex-senadora Marina Silva gravou vídeo em apoio à candidatura de Apolo Heringer (D)(foto: Crsitina Horta/EM/D.A Press)
A ex-senadora Marina Silva gravou vídeo em apoio à candidatura de Apolo Heringer (D) (foto: Crsitina Horta/EM/D.A Press)

Mesmo sem o aval do PSB, mas com direito a vídeo de apoio da ex-senadora Marina Silva, a Rede Sustentabilidade confirmou ontem, em convenção na Câmara Municipal de Belo Horizonte, o nome do ambientalista Apolo Heringer Lisboa para concorrer ao governo de Minas Gerais. O virtual partido, que se abriga no PSB por não ter conseguido legalizar seu registro na Justiça Eleitoral, acredita que poderá convencer os socialistas a dar legenda à candidatura na convenção do PSB em junho. Marina disse que vai trabalhar para ter candidatos nos mais diferentes estados.

Nas contas da ex-senadora, a aliança do PSB-Rede já tem 14 candidaturas a governos estaduais e ainda pode ter outras. “É o caso de Minas Gerais, onde estamos oferecendo a candidatura do nosso companheiro Apolo,  pessoa comprometida com as transformações de Minas, um lutador histórico da causa da sustentabilidade, da democracia e da justiça social. Esperamos que nesse debate possamos ofertar não apenas para as candidaturas de Eduardo e Marina, mas, principalmente para o povo de Minas Gerais, uma alternativa capaz de romper com a polarização PT - PSDB”, pregou Marina no vídeo.

Apesar de na semana passada ter remetido a decisão final a Campos, Marina disse acreditar que o caminho em Minas seja a convergência conseguida em outros estados. Representante da Executiva nacional da Rede, Basileu Margarido disse não ter dúvida de que os dois principais estados do Brasil terão candidatura própria. Segundo ele, em São Paulo o rumo ainda não está definido, mas, em Minas, está clara a possibilidade apresentada pela Rede.

O pré-candidato Apolo Lisboa atacou o acordo entre os presidenciáveis Eduardo Campos (PSB) e Aécio Neves (PSDB) para viabilizar palanques comuns. Para Apolo, a união já no primeiro turno “é uma desmoralização nacional”, já que Aécio e Campos concorrem para ver qual dos dois irá para o segundo turno na disputa contra a presidente Dilma Rousseff (PT). “Como vão estar juntos aqui? Além do mais, Minas tem 15 milhões de eleitores e Pernambuco se tiver seis milhões é muito. Não dá para entender uma matemática que troca 15 por seis”, criticou Apolo, referindo-se ao acordo de reciprocidade (o PSDB apoiaria o candidato do PSB em Pernambuco para ter o apoio dos socialistas em Minas) que, segundo a direção estadual do PSB, foi acertado entre os pré-candidatos à Presidência.

Biografias Lançado agora oficialmente pré-candidato, Apolo partiu para o ataque aos dois concorrentes, o ex-ministro das Comunicações Pimenta da Veiga (PSDB) e o ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Fernando Pimentel (PT). Segundo ele, para ser candidato não é preciso ter padrinho, mas ser independente. Apolo também disse que entregar retroescavadeira e ambulância às vésperas do período eleitoral é compra de voto, referindo-se aos governos federal e estadual, apoiadores das candidaturas adversárias. “Onde está o Tribunal Regional Eleitoral que não fiscaliza? Eles estão aqui só para apurar urna eletrônica”, esbravejou.

Único dirigente do PSB presente, o vice-presidente estadual Mário Assad disse ter convicção de que, em breve, todo o partido apoiará a candidatura de Apolo Lisboa. “Tenho certeza de que (o senador Aécio Neves e o ex-governador Eduardo Campos) não irão manchar suas biografias fazendo um entendimento que venha calar o PSB em Minas Gerais”, disse. O filho do ex-prefeito Célio de Castro, filiado ao PSB, Rodrigo de Castro, também compareceu. O vereador Leonardo Mattos e o ex-deputado Ronaldo Vasconcellos, do PV, também foram dar apoio a Apolo, embora a legenda faça parte do arco de alianças do pré-candidato Pimenta da Veiga. “Estou aqui como cidadão”, disse Vasconcellos, acreditando que isso levará o debate ambiental para a campanha.

Já o presidente estadual do PSB, deputado federal Júlio Delgado, disse que Mário Assad não fala pela direção do partido e que, apesar de respeitar a colocação do nome de Apolo, “essa é uma conversa que não prospera”. De acordo com o dirigente, a convenção em junho deve confirmar a aliança do PSB com os tucanos. “Se vier algum fato novo, que não será da nossa parte, vamos discutir. De nossa parte, vamos fechar a aliança (com o PSDB). Começamos a consolidar isso em reunião da Executiva amanhã (hoje)”, afirmou.


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