A iniciativa é comandada pelo senador Magno Malta (ES), que foi o primeiro parlamentar a falar, em 2010, a favor da candidatura de Dilma. Ele não apenas rompeu com a presidente como decidiu anunciar sua pré-candidatura para a campanha presidencial que se inicia em julho. De aliado, passou a adversário.
A dissidência aberta por Malta não demorou a irradiar-se pelos Estados. Nos últimos dez dias foram realizadas pelo partido pelo menos 15 reuniões em diferentes Estados do País - e o que mais se ouviu, nesses encontros, foi um apelo para o rompimento com a candidatura de Dilma. Ele vinha seguido de uma frase: "O governo não é governista". Em outras palavras, o PR quis dizer que, em ano de eleição, mais importante do que ter o controle do Ministério dos Transportes é conseguir a liberação das emendas dos parlamentares ao Orçamento. Muitas obras de interesse direto dos eleitores, nas bases desses políticos, dependem desses recursos.
Frouxo
A situação tornou-se tão crítica que, em uma reunião do partido há cerca de 15 dias, seu presidente, senador Alfredo Nascimento (AM), foi colocado contra a parede por vários dos presentes. Alguns participantes dizem que Nascimento foi chamado de tudo, até de "frouxo" - para muitos ele não luta de modo adequado para conseguir a liberação das emendas. Chegou-se a discutir a saída do ministro Cesar Borges e um rompimento formal. Foi então que Nascimento decidiu pedir prazo e ajuda ao líder do PR na Câmara. Bernardo Vasconcellos foi perguntar a opinião dos deputados - e o que ouviu foi um rosário de queixas.
O líder do PR anunciou que divulgaria hoje a decisão que o PR deverá tomar. Sua estratégia é acalmar o partido - mas isso depende do que tiver sido acertado em alguns desses encontros, realizados não só entre os integrantes da legenda mas também com representantes do governo.
À reportagem, Vasconcellos respondeu apenas que prefere esperar e ver o que vai acontecer. "Esperamos resolver estas questões internas da melhor forma possível", afirmou..