"A investigação e a conclusão sobre a morte de Malhães não podem ser baseadas apenas nessa perícia", disse Damous. Para ele, o caso não pode ser tratado como consequência de um assalto comum. A hipótese de latrocínio (roubo com morte) tem sido investigada pela Divisão de Homicídios/Baixada Fluminense.
Um dos mais notórios torturadores da ditadura de 1964-85, o oficial foi achado morto na última quinta-feira em um dos quartos de sua casa, em Nova Iguaçu. Fora mantido prisioneiro por assaltantes por quase dez horas. Sua mulher, Cristina Batista, e o caseiro, identificado apenas como Rogério, também foram rendidos no assalto.
Uma hipótese para explicar o crime seria "queima de arquivo". Em depoimentos às Comissões da Verdade do Rio e Nacional, Malhães deu detalhes sobre assassinatos, torturas e desaparecimentos de presos políticos na ditadura.
Pedro Dallari, coordenador da Comissão Nacional da Verdade, também defende que a PF entre no caso. Em nota divulgada na sexta-feira, ele informou ter pedido ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, a participação de policiais federais nas investigações.
Até agora, porém, essa possibilidade tem sido descartada. Os crimes sob investigação - homicídio e latrocínio (roubo seguido de morte) - são da esfera estadual. Um dos invasores, segundo a viúva de Malhães confidenciou a pessoas que chegaram ao local do crime na manhã de sexta, teria dito ter parente de uma vítima do oficial..