A pouco mais de cinco meses para as eleições deste ano, pela primeira vez os eleitores brasileiros sinalizam que podem levar a disputa pela Presidência da República para o segundo turno. É o que mostra pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Transportes (CNT)/MDA entre os dias 20 e 25 deste mês e divulgada ontem. O levantamento mantém a liderança da presidente Dilma Rousseff (PT), com 37% das intenções de votos dos 2,2 mil entrevistados, mas aponta um crescimento de seus principais adversários – o senador Aécio Neves (PSDB) e o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), citados por 21,6% e 11,8%, respectivamente. O tucano e o socialista somam 33,4% das intenções de voto, mas levando-se em conta a margem de erro de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos, eles podem chegar a 35,6% e Dilma cair para 34,8% – o que significa a necessidade de uma nova etapa nas eleições presidenciais.
A pesquisa apontou três cenários para uma eventual disputa em segundo turno. Nos dois em que a presidente Dilma Rousseff está presente, ela seria reeleita com folga, embora a diferença para os adversários tenha caído em comparação ao levantamento feito em fevereiro. Contra Aécio Neves, a petista venceria por 39,2% e 29,3%. Já em uma disputa com Eduardo Campos, a petista levaria 41,3% dos votos, bem acima dos 24% destinados ao pernambucano. Sem Dilma Rousseff na disputa, Aécio Neves levaria melhor: teria o voto de 31,3% dos eleitores, contra 20,1% para Eduardo Campos. Esse é o cenário com maior número de votos brancos ou nulos (32,9%) e indecisos (15,7%).
Desempenho
Um dos fatores que podem explicar a queda da presidente Dilma na preferência do eleitorado é a própria avaliação do seu governo: a pesquisa mostra um equilíbrio entre aqueles que consideram a gestão da petista positiva (32,9%) e negativa (30,6%). Entre o total de entrevistados, 5,9% classificam o governo como ótimo e 27% como bom. Já 16,3% apontaram a administração federal como péssima e 14,3% ruim. Em fevereiro, 36,4% consideravam o governo bom ou ótimo e 24,8% ruim ou péssimo.
O desempenho pessoal de Dilma também sofreu uma queda: se em fevereiro 55% aprovavam a presidente, este mês o índice é de 47,9%, enquanto a desaprovação da petista cresceu de 41% para 46,1%. Talvez por um reflexo disso, 28,1% dos entrevistados tenham afirmado que querem que o próximo presidente da República mantenha “totalmente” ou a “maioria” das ações adotadas pelo atual governo. Outros 68,7% preferem que aquele que receber a faixa presidencial em janeiro de 2015 mude totalmente ou a maioria das ações governamentais.