O advogado do ex-deputado José Genoino, Claudio Alencar, afirmou há pouco que vai recorrer ao plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar reverter a decisão do ministro Joaquim Barbosa, que determinou o fim da prisão domiciliar de Genoino. Em entrevista após acompanhar seu cliente no retorno ao Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, Alencar criticou a ausência de médicos de plantão na penitenciária nesse 1º de maio. De acordo com o advogado, o médico que atende no complexo está de férias e voltará em aproximadamente 10 dias. "O médico do Genoino tentou passar a ficha e o prontuário, mas não conseguiu", disse.
O médico particular de Genoino, Geniberto Paiva Campos, disse que, no momento, ele está muito bem. "Os meses que ele ficou recolhido à sua residência com acompanhamento familiar foram muito bons para ele", disse. Para o médico, entretanto, a cardiopatia de Genoino é "gravíssima" e o sistema penitenciário não é o local adequado para tratar um paciente com esse quadro de saúde.
Campos ressaltou que o ex-deputado fez exames ontem, que demonstraram bom estado de saúde e pressão arterial controlada. Segundo ele, a maior preocupação é a coagulação do sangue, que ainda não está controlada e exige controle na dosagem da medicação.
Antes de sair de casa para se entregar, de acordo com sua amiga e ex-assessora Débora Cruz, Genoino não demonstrou preocupação com possíveis complicações do seu estado de saúde. "Ele estava bem forte e disse que vai cumprir o que foi determinado", contou.
Genoino foi condenado pelo STF a 4 anos e 8 meses de reclusão pela prática do crime de corrupção ativa. A pena deve ser cumprida em regime semiaberto. Preso em novembro, após o início da execução das penas dos condenados do mensalão, Genoino ficou preso menos de um semana no complexo da Papuda. Alegando problemas cardíacos, ele foi transferido para um hospital em Brasília e depois para prisão domiciliar. Ontem, no entanto, com base em laudo médico que atestou que o quadro de saúde do ex-deputado é estável e não grave, o presidente do STF, Joaquim Barbosa, ordenou que Genoino voltasse à prisão.