Brasília - A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, rebateu nesta sexta-feira as críticas ao reajuste de 10% do Bolsa Família, anunciado pela presidente Dilma Rousseff em rede nacional de rádio e televisão, e disse que os questionamentos levantados pela oposição são "eleitoreiros".
Em coletiva no Palácio do Planalto, a ministra contra-atacou num tom duro e disse que, ao fazer esse tipo questionamento, a oposição está sendo "eleitoreira". "Por que vão questionar agora? Esse questionamento é eleitoreiro. É leviano acharem que as políticas públicas brasileiras possam variar segundo o dólar. Tem que saber fazer a conta". Segundo a ministra, o cálculo para o benefício seguiu parâmetros já adotados em outras ocasiões - paridade poder de compra - e as famílias atendidas pelo Bolsa Família tiveram ganhos acima da inflação no governo Dilma Rousseff. "Dá mais de 40% de reajuste real (acima da inflação) no valor médio recebido pelas famílias nesses três anos e meio", afirmou.
Ela ainda alfinetou a oposição argumentando que diversos reajustes foram concedidos durante o governo Dilma e que a "novidade" é que hoje as pessoas "estão preocupadas com o Bolsa Família como não estavam em 2011". "Agora isso parece surpreender, mas estamos num ritual normal, previsto e previsível".
Reajuste
Na noite de 30 de abril, em seu pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão pelo Dia do Trabalho, a presidente Dilma Rousseff anunciou o reajuste de 10% para os 36 milhões beneficiários do Bolsa Família, além da correção de 4,5% da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física em 2015.
Com o decreto publicado hoje pelo reajuste, os 36 milhões de brasileiros atendidos pelo principal programa de distribuição de renda do governo federal passarão a receber 10% a mais. De acordo com Tereza Campello, o valor médio repassado subirá para R$ 167. Já o parâmetro que define a linha de extrema pobreza passará de R$ 70 para R$ 77, entrando em vigor a partir de 1º de junho.