Jornal Estado de Minas

Comissão aprova convocação de Cardozo e Carvalho

Os ministros José Eduardo Cardozo, da Justiça, e Goberto carvalho, secretário-geral da Presidência da República, foram convocados para prestar esclarecimentos sobre ssassinatos de produtores rurais no Rio Grande do Sul

Brasília - Integrantes da Comissão de Agricultura da Câmara aprovaram nesta quarta-feira a convocação do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e do secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, para prestarem esclarecimentos sobre os assassinatos de produtores rurais no Rio Grande do Sul.

Os autores do requerimento são os deputados Luiz Carlos Heinze (PP-RS) e Giovanni Queiroz (PDT-PA).
O dia da audiência ainda não foi marcado. Por se tratar de uma "convocação" os dois ministros devem comparecer na Câmara assim que o presidente do colegiado agendar uma data.

"O que vínhamos alertando ao governo há meses, infelizmente, aconteceu. Dois jovens produtores rurais, dois homens trabalhadores foram covardemente assassinados por índios caingangues, na segunda-feira, dia 28 de abril. Os agricultores Alcemar, 41 anos, e Anderson de Souza, 26 anos, já prisioneiros, foram atingidos pelos tiros. Primeiro nos órgãos genitais, depois nos joelhos e ainda vivos, foram brutalmente espancados até a morte", afirmam os autores da convocação em trecho do requerimento.

"Os índios, de posse de um documento assinado pelo ministro José Eduardo Cardozo, garantem que a tragédia foi motivada porque o titular da pasta da Justiça não cumpriu um acordo firmado. No documento, datado de 19 de março, o ministro Cardozo assume o compromisso de receber as lideranças indígenas para dar prosseguimento às negociações sobre a requerida demarcação, em uma nova reunião que seria realizada no dia 5 de abril e que poderia ser transferida para o dia 12", acrescentam os parlamentares.

Segundo eles, o governo é "conivente" e "incentivador" do conflito ocorrido no Estado. "Quando deveria usar a força do Estado para mediar o conflito e buscar soluções negociadas, os dois ministros, Gilberto Carvalho e José Eduardo Cardozo, insuflam a guerra e a discórdia entre brasileiros", criticam Heinze e Queiroz..