O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) reclamou na tarde desta quinta-feira da demora no processo de instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras. Ontem, o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), pediu que os líderes partidários indiquem os nomes para a CPMI, mas não sinalizou quando a comissão mista começará seus trabalhos efetivamente. "Um mês e oito dias de encenação, de protelatório. Agora perderemos mais alguns dias até a indicação dos nomes", criticou o tucano.
Em reação à CPMI da Petrobras, a base aliada conseguiu apresentar ontem o pedido de instalação da CPMI do cartel de trens de São Paulo, que já foi lido na sessão do Congresso. O requerimento foi entregue com as assinaturas de 197 deputados e 32 senadores. "A maioria (governista) não deseja CPI alguma. A proposta de CPI do Metrô é uma falácia. Se fosse para valer, não seria apenas sobre o Metrô de São Paulo", afirmou Dias.
O senador disse que a oposição está consciente de que a base governista trabalha com o calendário mais curto em razão da Copa do Mundo, do recesso parlamentar e da campanha eleitoral. "Estão jogando exatamente com esse calendário, ganhando tempo o máximo possível para inviabilizar qualquer investigação eficiente", concluiu o tucano.
Os aliados argumentam que conduzir qualquer comissão parlamentar em ano eleitoral é inviável, que a partir de junho será difícil garantir o quórum no Congresso e que o objetivo da oposição é criar "palco" para discurso político. "Em ano eleitoral, há um debate político e haverá embate político. Não tenho a menor dúvida de que (a comissão) será politizada", afirmou o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE). O partido, maior em número de senadores, deve indicar cinco nomes para a CPMI da Petrobras. Há a possibilidade da sigla ficar com a relatoria da comissão mista.