Após a realização de cinco protestos de movimentos que lutam por moradia na manhã desta quinta-feira, em São Paulo, representantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) se encontraram nesta tarde com a presidente Dilma Rousseff (PT), em Itaquera, na zona leste. Segundo a assessoria da presidente, ficou acordado na reunião que o Ministério das Cidades vai estudar a inclusão de moradores de ocupações de São Paulo no programa Minha Casa Minha Vida.
Pela manhã, três atos simultâneos convocados pelo MTST, Movimento Popular por Moradia (MPM)e pelo Movimento de Luta Popular (MLP) terminaram com a invasão e a pichação de prédios das três principais construtoras responsáveis pela reforma e construção dos estádios da Copa do Mundo: Odebrecht, Andrade Gutierrez e OAS.
A manifestação, que teve início na estação Butantã do Metrô, se juntou à marcha do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST), somando cerca de 1,5 mil pessoas. Eles caminharam até o prédio da Odebrecht, onde um grupo de cerca de 150 integrantes conseguiu entrar na recepção e pichar vidros, paredes e o chão com frases como "Copa das tropas e das empreiteiras" e "O poder é do povo". A ação no prédio durou cerca de 15 minutos e funcionários foram impedidos de entrar no local. "Não sei o que fazer, parece que eles fecharam todas as portas", disse um funcionário da construtora que chegava para trabalhar e preferiu não se identificar.
Os manifestantes que se concentraram na Praça do Ciclista, na Avenida Paulista, caminharam até a sede da construtora OAS, na Avenida Angélica, onde também houve pichações. Segundo a empresa funcionários foram ameaçados por manifestantes. Já o protesto em frente ao prédio da Andrade Gutierrez partiu da Estação Berrini da CPTM.
Empresas
Após os protestos, as construtoras divulgaram nota lamentando o ocorrido. A Odebrecht disse que "respeita todo tipo de manifestação pública pacífica, mas repudia qualquer ato de vandalismo". Segundo a empresa, o sistema de segurança do local foi reforçado após o ato. A OAS afirmou que "respeita manifestações públicas pacíficas. No entanto, repudia veementemente atos como os ocorridos nesta manhã". A Andrade Gutierrez informou que "respeita toda e qualquer manifestação pública pacífica e entende que isso representa o exercício da democracia. No entanto, a companhia lamenta e repudia atos de vandalismo e violência".