A admissibilidade do processo foi aprovada na semana passada e Vargas tem dez dias para apresentar sua defesa a partir da data de notificação. O deputado, que deve voltar da licença em junho, já foi procurado em seu apartamento funcional em Brasília e em sua residência em Londrina (PR), mas não foi encontrado. "Não quero deixar para o recesso. Quero ser o mais célere possível porque, senão, não consigo quórum depois", disse o presidente do Conselho, se referindo à tendência de esvaziamento da Câmara com o início da Copa do Mundo, as férias do meio de ano e o começo da campanha eleitoral.
Caso Vargas não seja notificado nos próximos dias, Izar pretende publicar a notificação no Diário Oficial da próxima segunda-feira (12), o que permitiria o início da contagem do prazo regimental. Nesta fase, seus advogados encaminharão a defesa por escrito e informarão ao Conselho quem pretendem chamar para testemunhar a favor do ex-petista.
Os advogados José Roberto Batochio e Michel Saliba - este também defensor do ex-deputado Natan Donadon (sem partido-RO) no processo que culminou com a cassação do mandato parlamentar - não descartam a possibilidade de indicar o doleiro como testemunha de defesa de Vargas, mas ainda não fecharam a estratégia jurídica. A oitiva de Youssef já constava da representação feita pelos partidos de oposição (PSDB, DEM e PPS) que deu origem ao processo.
Por enquanto, a palavra de ordem dos defensores é fazer o deputado licenciado submergir, ideia que atende às expectativas do PT.
A preocupação de Izar é cumprir todas as etapas regimentais para que o processo não seja anulado futuramente. No Conselho, os advogados devem alegar que a troca de mensagens interceptadas pela Polícia Federal entre Vargas e o doleiro não configura crime e que o deputado sequer foi indiciado no inquérito policial. "A gente não está analisando a parte criminal. É a quebra de decoro, a partir do uso do jatinho do doleiro, que estamos analisando", lembrou Izar..