O PP mineiro vai fazer uma ofensiva para tentar levar o partido para a campanha do pré-candidato do PSDB à Presidência, senador Aécio Neves. Na terça feira, representantes da bancada estadual e federal, na companhia do governador Alberto Pinto Coelho (PP), se encontram em Brasília com o presidente nacional da legenda, senador Ciro Nogueira (PP-PI). A bancada vai fazer pressão para que não seja fechado um acordo do apoio à candidatura à reeleição da presidente Dilma Rousseff. A previsão é de que o comando nacional anuncie oficialmente seu alinhamento com a presidente até o fim deste mês.
O PP mineiro defende que o partido apoie Aécio sob o argumento de que a legenda tem chance de vitória com candidatos na cabeça de chapa ou na vice em Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Amazonas e Alagoas e que não há, em nenhum desses estados alianças locais com o PT, afirma um dos organizadores do encontro, o deputado federal Luiz Fernando Faria (PP). Aécio já conta com o apoio da senadora Amélia Lemos (PP-RS), candidata ao governo do Rio Grande do Sul, que defende um alinhamento com os tucanos. A senadora não vai participar do encontro, mas vai se encontrar em Brasília com o governador mineiro antes da reunião com Ciro Nogueira.
Para reforçar a pressão, o presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, deputado Dinis Pinheiro (PP), pré-candidato a vice na chapa do tucano Pimenta da Veiga ao governo do estado, enviou uma carta a todos os parlamentares do partido em Brasília em defesa de uma aliança nacional com o PSDB. “Nosso desejo é que os companheiros de todo o país também possam, após amadurecida reflexão, optar pelo caminho de legar ao Brasil um governo moderno, aberto democrático e capaz de nos transformar em uma Nação menos desigual, mais solidária e mais feliz”, afirma Dinis na carta.
Caso não tenham sucesso, a estratégia dos mineiros é garantir a repetição do quadro de 2010, quando o partido apoiou a eleição da Dilma, mas sem coligação formal, não garantindo à presidente o tempo de televisão do partido no horário eleitoral gratuito, que gira em torno de 1min30. No entanto, Ciro Nogueira, que está fora do Brasil, tem dito a integrantes da legenda que a intenção desta vez é fechar formalmente com o PT na disputa nacional e liberar o partido nos estados, inclusive para a eleição presidencial.
MINISTÉRIOS
O partido, na reforma ministerial de abril, manteve uma das pastas mais cobiçados do Planalto, o Ministério das Cidades, e ainda ganhou o comando da Companhia Hidrelétrica do São Francisco, antigo feudo do PMDB. Mas, de acordo com Luiz Fernando Faria, se prevalecer a intenção de Nogueira de fechar com Dilma, haverá contestação por parte de vários diretórios estaduais, e o assunto terá de ser decidido em convenção. “No mínimo queremos que seja reeditado o acordo de 2010, mas vamos tentar chegar a um consenso para não precisar tratar disso em convenção”, afirma Faria.