"Não tenho nenhuma vergonha de ser financiado, dentro da lei, por mineradoras. Eu defendo sim o setor mineral”, afirmou o parlamentar durante audiência pública promovida pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, no dia 4 de dezembro. O vídeo foi publicado na internet pelo Comitê Nacional em Defesa dos Territórios frente à Mineração – que reúne entidades como a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) – responsável pelo pedido de abertura de processo contra o deputado por quebra de decoro parlamentar.
De acordo com a entidade, o parlamentar recebeu em 2010, R$ 379,7 mil de cinco mineradoras, valor correspondente a 20% de todos os recursos arrecadados pelo parlamentar para sua campanha. Por causa dessa doação, ele não poderia relatar o projeto.
O secretário-geral da Mesa Diretora da Câmara, Mozart Viana, informou que a representação será encaminhada ao presidente da Casa, Henrique Alves (PMDB-RN), que vai decidir sobre o prosseguimento ou não da representação. Caso seja admitida, ela segue para a Corregedoria Parlamentar da Câmara, que emite um parecer a ser avaliado pelos integrantes da Mesa Diretora. Se a Mesa considerar necessário, poderá enviar o caso ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar para a instauração de processo disciplinar.
O deputado afirma que é direito das pessoas representarem, mas destaca que não defende interesses das mineradoras. Leonardo Quintão disse que o projeto do código foi enviado à Câmara pelo governo, e não por mineradoras, e que seu parecer foi contrário ao interesse delas, pois aumentou royalties dos atuais 2% para 4%. .