O primeiro alvo foi o deputado Candido Vaccarezza (SP), que enfrentou a direção petista e a presidente Dilma Rousseff ao apoiar projeto de reforma política apresentado pelo presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).
O segundo alvo foi o próprio Vargas, que tentou enfrentar a cúpula petista ao ser pressionado a renunciar ao mandato por causa de citações de seu nome em relatórios da PF. Com apoio do grupo de "novos rebeldes", Vargas voltou atrás da decisão de renunciar. A direção petista então ameaçou afastá-lo por até 60 dias, enquanto a Comissão de Ética investigasse o caso. Sem saída, Vargas se desfiliou para evitar a punição. "Depois que ele se desfilou do PT, não tenho visto menções ao nome dele na imprensa, o que mostra que, fora do partido, as ações dele baixaram de valor", disse o presidente do partido, Rui Falcão.
Internamente, a avaliação é que aliados de Vargas o estimularam a enfrentar a direção partidária para evitar que a postura dura tomada contra o ex-vice-presidente da Câmara se transformasse em regra no partido.
Polos paralelos
- Recentemente, Falcão disse que Lula tem estimulado movimentos da direção partidária para reduzir a força dos parlamentares. Nos últimos anos, as bancadas se transformaram em polos paralelos de poder, ocupando o vazio deixado por líderes históricos abatidos no processo do mensalão.
A bancada do PT na Câmara se dividiu em ao menos quatro grupos, que passaram a ter denominações irônicas como CNB do A e CNB do B, em referência à maior corrente interna do PT, a Construindo um Novo Brasil (CNB). O maior destes grupos era encabeçado por Vargas.
O núcleo duro dos "novos rebeldes" é formado por cerca de dez parlamentares, a maioria de São Paulo, mas nos melhores momentos chegou a ter mais de 50 dos 84 deputados do PT na Câmara. Além de se aliar a adversários no Congresso, esse grupo é acusado de plantar notícias negativas contra o governo Dilma e liderar o movimento "Volta, Lula"..