Embora a imagem do ex-presidente petista esteja em alta e seja considerada, por mais de metade dos brasileiros que querem mudanças na política, a melhor opção para a tarefa, ela tem sido um peso para os dois partidos. Além de dividir o PT, se tornou alvo da oposição. Apesar do favoritismo retratado nas pesquisas, FHC acredita que Lula pode ser derrotado pelas condições do país. “É arriscado (Lula se candidatar), ele também pode perder. Do jeito que as coisas estão, a percepção do povo vai mudando rapidamente”, disse.
A resposta do ex-presidente faz alusão ao movimento pelo retorno de Lula, que corre os corredores do Congresso, e às pesquisas de intenção de voto, divulgadas nas últimas semanas, que antes mostravam Dilma reeleita no primeiro turno e, agora, apontam para mais uma corrida às urnas. Para FHC, o país vive hoje o legado das decisões tomadas pelo ex-presidente, que foram vinculadas à presidente Dilma Rousseff. “A quebra de confiança, atribuem a Dilma, mas as políticas começaram na segunda parte do governo Lula. O grande divisor de águas aqui é a crise mundial”, alfinetou. O tucano também aproveitou para reclamar a paternidade de programas que viraram marca do PT. “Bolsas, quem praticou fui eu. Reforma agrária, fiz três vezes mais que Dilma, até o aumento do salário mínimo, que por causa do real, aumentou bastante”, listou.
LEGADO EM DISPUTA Entre os petistas, a entrevista foi vista como mais um ataque gratuito. “O ex-presidente não sabe o que diz. Não tem nem como comparar o legado do Fernando Henrique com o do Lula. Se fizesse uma pesquisa, talvez ele não chegasse nem a um terço da preferência e reconhecimento que Lula tem. O governo da Dilma segue o mesmo caminho. Ela é nosso estandarte e Lula, um militante da campanha”, rebate Guimarães.
O tucano também criticou os 12 anos de PT no Palácio do Planalto. Segundo ele, com o tempo, o governo perde a capacidade de se renovar. “A alternância de poder é sempre boa”, arremata. Outro problema, segundo ele, é o uso da máquina pública por quem tenta reeleição. “Não imaginava que fossem usar tanto a máquina sendo presidente, eu não usei dessa maneira. É preciso ser mais cuidadoso com as regras. Quem está no cargo se beneficia automaticamente. Está o tempo todo na mídia”, destacou.