Jornal Estado de Minas

Sem consenso, aliança entre PSDB e PSB pode não acontecer

'Do ponto de vista matemático, esse acordo não faz sentido', afirma Apolo, referindo-se a um possível pacto de não agressão firmado entre os presenciáveis Aécio Neves (PSDB-MG) e Eduardo Campos (PSB-PE)

Daniel Camargos
" O importante é ter objetivos estratégicos e ver o interesse da sociedade", avalia o presidente do PSDB em Minas, deputado Marcus Pestana - Foto: Pedro Paiva/Agencia de Noticias PSDB-MG
A declaração do deputado estadual Daniel Coelho (PSDB-PE) de que pode se candidatar a governador ou senador em Pernambuco, caso o PSB não apoie o PSDB na eleição para governador em Minas Gerais, animou o pré-candidato dos socialistas em Minas, Apolo Heringer-Lisboa. “Do ponto de vista matemático, esse acordo não faz sentido”, afirma Apolo, referindo-se a um possível pacto de não agressão firmado entre os presenciáveis Aécio Neves (PSDB-MG) e Eduardo Campos (PSB-PE). Para justificar sua conta, Apolo argumenta que o número de eleitores em Minas (15,5 milhões) é mais do que o dobro do colégio eleitoral pernambucano (6 milhões).


“Imagina se o Eduardo Campos deixar de conseguir votos em Minas com um candidato alternativo, que pode fazer a diferença”, completa Apolo, reforçando a tese de sua candidatura ser também um palanque para o ex-governador pernambucano em Minas. Apolo, entretanto, representa os desejos da Rede, partido capitaneado por Marina Silva, que não conseguiu se constituir a tempo para o pleito de outubro e fechou um acordo com o PSB. A ex-senadora do Acre será candidata a vice na chapa encabeçada por Eduardo Campos.

Para o presidente do PSB em Minas, deputado federal Júlio Delgado, Apolo não é uma unanimidade na legenda. “O Apolo é um nome sustentado pelos companheiros da Rede.

Quando o partido (PSB) colocar um nome, terá mais força e apelo do que o nome do Apolo”, afirma o presidente do PSB. Para Delgado, os representantes da Rede que estão filiados ao PSB insistem na candidatura própria no estado, mas esse, segundo ele, não é o sentimento da maioria do partido.

A convenção para decidir pelo nome do candidato ou se será mantido o apoio ao PSDB está marcada para 29 de junho. Apesar de sempre ter defendido uma costura mais próxima ao senador Aécio Neves, Delgado não descarta que o partido possa lançar um nome. “Em Minas tem duas candidaturas que não conseguem empolgar, que são a do Fernando Pimentel (PT) e a do Pimenta da Veiga (PSDB) e isso pode fazer surgir espaço para outro nome”, avalia Delgado.

O presidente do PSDB em Minas, o deputado federal Marcus Pestana, adota outro discurso e diz que a política no Brasil está extremamente confusa. “O importante é ter objetivos estratégicos e ver o interesse da sociedade”, afirma. Para o tucano, tanto Aécio quanto Campos “sabem que o país não suporta mais quatro anos do governo de Dilma Rousseff”.

Pestana entende que o sentimento da população é de mudança e  que o eleitorado de Minas e Pernambuco é essencial para isso. “Tenho certeza de que estaremos juntos”, crava o deputado. Sobre os ensaios da candidatura do deputado estadual tucano Daniel Coelho e do socialista Apolo Heringer-Lisboa, Pestana entende que há uma diferença entre as disputas estaduais, que, segundo ele, “nem sempre coadunam com a disputa nacional”.

AUTONOMIA Durante sua visita a Minas Gerais, na semana passada, Eduardo Campos afirmou não ter feito nenhum pacto de “não agressão” com Aécio. O que Campos deixou claro é que cada estado terá sua autonomia para definir as chapas e candidatos próprios. “Não temos pacto firmado em canto nenhum. Temos partidos que têm relações em vários estados, de disputas e alianças.
E respeitamos essa situação. No Recife, disputamos uma eleição com o PT de um lado e o PSDB de outro. Temos um país com 27 estados e cada um com realidade própria. Vamos respeitar a dinâmica de cada estado”, afirmou.

 

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