O pré-candidato do PSDB à Presidência da República, senador Aécio Neves (PSDB), prometeu nessa segunda-feira, durante visita a Feira de Santana, na Bahia, maior colégio eleitoral do Nordeste e quarto maior do país, que o programa Bolsa-Família será aprimorado em um eventual governo tucano. Aécio disse considerar o programa essencial para o desenvolvimento da região. “Para diminuir as diferenças, você precisa tratar de forma diferente aqueles que são desiguais. E nosso governo terá um foco claro e permanente para melhorar as possibilidades de desenvolvimento e de qualidade de vida dos irmãos brasileiros que vivem no Nordeste.”
Aécio disse que o programa Bolsa-Família é resultado da união de vários projetos criados no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso – como o Bolsa-Escola e o Bolsa-Alimentação – e defendeu a aprovação de projeto de sua autoria que transforma o programa em política de Estado. O texto será discutido amanhã na Comissão de Assuntos Sociais no Senado. “Eu tenho uma proposta no Congresso que garante que o Bolsa-Família vire um programa de Estado, permanente e definitivo. O PT, em vez de apoiá-lo, prefere votar contra para poder ter um programa para chamar de seu e ameaçar a população com sua extinção. Não será extinto, pelo contrário, será aprimorado e, no que depender do PSDB, vai virar um programa definitivo, fora da agenda eleitoral”, garantiu.
O senador esteve em Feira de Santana, a 108 quilômetros de Salvador, para participar de um encontro com lideranças regionais. Ele estava acompanhado do candidato ao governo da Bahia, Paulo Souto (DEM); do candidato do PMDB ao Senado, Geddel Vieira; do prefeito do município, José Ronaldo (DEM); do prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM); e dos deputados federais tucanos Antonio Imbassahy e Jutahy Magalhães Filho. À noite ele recebeu na Câmara Municipal de Salvador o título de cidadão soteropolitano.
“O que eu quero é estar cada vez mais presente na Bahia, discutindo questões específicas do estado e do Nordeste”, afirmou Aécio. Ele informou que existem algumas demandas para a cidade, como a construção de um hospital regional e o contorno de Feira, que segundo o tucano, é extremamente importante. Além disso, explicou, a cidade precisa de estradas adequadas, atendimento de saúde digno e investimentos em segurança pública, entre outras questões.
VIOLÊNCIA Durante a visita, Paulo Souto criticou a administração do petista Jaques Wagner e lamentou a alta taxa de homicídios por 100 mil habitantes registrada na Bahia. Aécio Neves também criticou a situação da violência no Brasil. Segundo ele, o governo federal tem a responsabilidade de cuidar das nossas fronteiras, de coibir o tráfico de armas e o tráfico de drogas, e a participação da União é de apenas 13% – “87% de tudo que se gasta em segurança pública são de estados e municípios”. O senador mineiro disse ainda que vem lutando para reformar o Código Penal e o Código de Processo Penal, mas que a base do governo do PT impede que isso aconteça. Segundo ele, a reforma é importante para reduzir o sentimento de impunidade que existe atualmente.
Além disso, Aécio disse que “quando o PT assumiu o governo há 11 anos, 54% de tudo o que se gastava em saúde pública vinha da União e agora são apenas 45%”. “Os municípios em situação de dificuldades é que pagam a diferença dessa conta.” Durante a visita, o pré-candidato tucano também cobrou explicações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva – que também esteve ontem na Bahia – sobre a administração da Petrobras durante sua gestão, quando ocorreu a compra da Refinaria de Pasadena. (Com agências)
Enquanto isso...
… Campos critica base governista
Também na Bahia, o pré-candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos, afirmou ontem, em Vitória da Conquista, que a presidente Dilma Rousseff (PT) foi eleita “para continuar melhorando” o Brasil, mas “não conseguiu dar conta” da missão. Em evento de pré-campanha eleitoral, Campos criticou a base governista, que, segundo ele, “cercou a presidenta Dilma” e não deixou que ela fizesse “o que ela deveria fazer”. O pernambucano também voltou a afirmar que não quer o apoio da atual base governista. “Não vamos ter o apoio da base tradicional, atrasada, reacionária, patrimonialista. Essa gente vai estar na oposição na campanha, e, a partir de 1º de janeiro, vai estar na oposição também”, disse. Em entrevista a jornalistas antes da cerimônia, Campos defendeu três pontos que afirma serem diretrizes do seu programa de governo: preservar as conquistas como estabilidade econômica e inclusão social, melhorar “o diálogo entre o Estado brasileiro e a cidadania” e retomar o desenvolvimento econômico.