Fraudes em licitações, com o uso de notas fiscais frias para justificar o pagamento de serviços não executados, envolvendo cerca de R$ 1,72 milhão. Este foi o motivo da prisão preventiva do ex-prefeito de São João da Ponte Fábio Luiz Fernandes Cordeiro (PTB), o Fábio Madeiras. Detido em operação da Polícia Federal no último fim de semana, ele foi levado para o Presídio Regional de Montes Claros, onde já se encontravam outros ex-prefeitos do Norte de Minas, também por envolvimento em desvios de recursos públicos e fraudes em licitações: Albertino Moreira (PSDB), de Santa Cruz de Salinas, e Rudimar Barbosa (PMDB), de Itacarambi.
O ex-prefeito de São João da Ponte foi alvo de outros processos durante o período em que administrou o município (2005 a 2012). A juíza Solange Remma relata que as investigações constaram que ocorreram irregularidades e fraudes em licitações no município nos seguintes valores: R$ 1.386.750,00 na “contratação de empresa para fornecimento de horas/máquina em prestações de serviços”; R$ 148.425,20 na “contratação de empresa de construção para execução de obras de reformas de escolas municipais”; R$ 48,843,00 na “contratação de empresa de construção para execução das obras de recuperação e manutenção de estradas vicinais no município”; e R$ 43.950,00 na locação de oito ônibus para servir ao departamento de educação no transporte escolar.
Os contratos investigados foram firmados em 2009. O promotor de São João da Ponte, João Paulo Fernandes, justificou que o caso veio à tona somente agora, em função da própria demanda de tempo para a averiguação. A reportagem tentou falar com os advogados de Fábio Madeiras, mas eles não retornaram as ligações.