O ministro lembrou que havia figuras do empresariado na reunião, como o então presidente da Febraban, Fabio Barbosa, além do economista Claudio Haddad e o empresário Jorge Gerdau. "Era um conselho altamente qualificado, sem falar das outras pessoas", disse. Depois de ser questionado se ele se alinhava ao argumento de que a aquisição de Pasadena foi boa à época ou se foi ruim, Mantega respondeu: "eu nem sabia que tinha alinhamentos e correntes de interpretação."
"Eu estava no conselho quando foi proposta a aquisição da segunda metade. Nesse ponto, eu posso dizer que eu fui contrário à aquisição da segunda metade. O conselho como um todo não aprovou a aquisição da segunda parte", disse, em referência à decisão tomada no ano de 2008. "Na época em que julgamos que não era conveniente (a aquisição da segunda metade), era preciso realizar novos investimentos para atingir produtividade.
Além disso, segundo ele, as condições da economia mundial eram outras. "Em 2008, o negócio do petróleo começou a balançar porque a crise se avizinhava. Em 2006, o mercado era promissor, a economia mundial estava em expansão e a demanda de petróleo também", argumentou. "A Petrobras tinha plano de expansão no mercado americano, para que colocássemos nosso petróleo para ser refinado lá."
"Em 2008, levando em conta investimentos a serem feitos, não considerei conveniente (a aquisição da segunda parte). Isso consta nas atas. Chegamos à conclusão de que não deveríamos fazer aquisição da segunda metade. Foi pelo tribunal de arbitragem que fomos obrigados a fazer aquisição", esclareceu.
Mantega foi interrompido por parlamentares da oposição, num clima tenso de discussão entre representantes da base do governo e de partidos oposicionistas. Questionado pelo líder do DEM, deputado Mendonça Filho (PE), sobre uma correspondência enviada por Luís Inácio Adams, ex-procurador-geral da Fazenda, Mantega disse que não houve nenhum procedimento diferente. Sobre a mensagem enviada por Adams à Casa Civil, que pedia a inclusão de ressalvas sobre Pasadena, Mantega disse que isso é feito todo mês. "Você faz um reparo, uma complementação da ata. É isso que se tratava aqui", disse.
"A primeira (ressalva) advertia que a cláusula Marlim não havia sido objeto de aprovação do conselho. Isso é correto. E a segunda informava que a diretoria da empresa havia aberto procedimento para identificar a falha.