Guido Mantega não integrava o conselho em 2006, quando a presidente Dilma Rousseff – à época ministra da Casa Civil – assinalou positivamente para a compra de Pasadena. “O deputado força a barra aqui para que eu me manifeste sobre uma reunião em que eu não estava”, reclamou Mantega. “Já quando foi apresentado resumo para comprar os 50% da refinaria eu estava lá e fui contra. O conselho como um todo rejeitou a compra da segunda parte”, disse.
Uma decisão da Justiça Arbitral impôs a aquisição da outra metade de acordo com a cláusula Put Option presente no contrato. Apesar de ter reforçado o discurso de Dilma ao garantir que as cláusulas (Put Option e Marlim) foram realmente omitidas do resumo técnico, Mantega reconheceu que deve ter havido longa discussão sobre a compra. “Eu não estava lá, mas tenho certeza de que houve um debate sobre a compra, como é de costume”, enfatizou. Para o ministro, a situação econômica do país mudou muito de 2006 para 2008, o que influenciou os resultados do negócio.
Insatisfeita com as explicações do ministro, a oposição pretende acionar Dilma judicialmente pelo prejuízo à petroleira. O deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) informou que o Democratas deseja processar a presidente por improbidade administrativa na compra da refinaria. O líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE), classificou as explicações de Mantega como uma “tentativa de disfarçar e desviar o foco da comissão que é Pasadena”..