Jornal Estado de Minas

Peemedebistas rechaçam PT e brigam por candidatura própria ao governo de Minas

Nesta quinta-feira à tarde, prefeitos, vice -prefeitos e vereadores prometem ler manifesto na porta da sede do PMDB reivindicando candidatura própria

"Tomei a decisão preocupado com a eleição de meus amigos deputadoss, que precisam de coligação para se reelegerem", disse Clésio Andrade ao justificar desistência da disputa - Foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press
A menos de um mês da convenção do partido, marcada para o próximo dia 14, para oficializar candidatos e a política de alianças nas eleições deste ano, o PMDB continua às voltas com o dilema de lançar ou não candidatura própria para o governo de Minas. Nesta quinta-feira, um grupo estimado pelos organizadores do protesto em 250 peemedebistas vão para a porta da sede da agremiação, no Bairro Santo Agostinho, Região Centro-Sul de Belo Horizonte, divulgar manifesto exigindo que a legenda dispute o principal cargo do Executivo no estado.

Um dos organizadores do evento, marcado para 15h, que é membro do diretório estadual e vice-prefeito de Brumadinho, Breno Carone. ele disse ao em.com.br que a base do partido não vai aceitar a decisão da cúpula, leia-se executiva do PMDB, de definir sozinha pela coligação com o PT de Fernando Pimentel, pré-candidato ao governo de Minas. Coincidentemente, também nesta quarta-feira, o presidente do partido em Minas, deputado Antônio Andrade, se reúne com Pimentel e lideranças do Pcdo B para “debater o cenário político e os posicionamentos para as próximas eleições.”, de acordo com nota divulgada pela assessoria de imprensa do do PcdoB .

Carone disse que a maioria da base, cerca de 600 convencionais com direito a voto no encontro do dia 14 para definir os rumos do partido, também não aceita a aliança com o PT no primeiro turno das eleições em detrimento da candidatura própria. Um nome para essa disputa ainda é uma incógnita, já que o senador Clésio Andrade anunciou, no final do mês passado, que desistiu de se lançar candidato. Mas Carone especula algumas hipóteses, com ênfase para viabilizar o deputado federal Leonardo Quintão, que já admitiu ser favorável à candidatura própria.

Adversários


Quintão é também “adversário” de Antônio Andrade dentro do PMDB, além de ter bom trânsito no PSDB do pré-candidato Pimenta da Veiga, que na próxima segunda-feira participa de evento, liderado pelo senador  e pré-candidato a presidente da República, Aécio Neves. Aécio vai anunciar a chapa completa dos tucanos para a campanha eleitoral aos cargos majoritários (governador, vice-governador e senador).

As adversidades em torno da relação política de Quintão e Andrade ficaram ainda mais acirradas desde que o primeiro foi preterido pela presidente Dilma para assumir o Ministério da Agricultura.
No lugar dele, assumiu Antônio Andrade, que se desincompatibilizou do cargo neste ano para disputar a vaga de vice-governador na chapa de Pimentel.

Um peemedebista histórico, filiado quando ainda a legenda era nomeada MDB, da época dos tempos da ditadura, que prefere não se identificar para não se atritar com a cúpula do partido, faz coro com Carone e o grupo de prefeitos, vices e vereadores que prometem ir à porta do partido na tarde desta quarta-feira para divulgar o manifesto a favor da candidatura própria.

O filiado histórico também destaca que não é nada razoável o principal argumento da cúpula para apoiar a candidatura de Pimentel. Ou seja, que a aliança com o PT cacifa o PMDB para eleger maior número de deputados estaduais e federais.

Carone lembra que na última eleição, em 2010, apesar de PMDB e PT estarem juntos para disputa ao governo de Minas, a aliança não se repetiu para a disputar proporcional (deputados). O peemedebista histórico lança mão do receituário de Ulysses Gumairães, o Sr. Diretas - assim chamado por ser um dos principais lideranças pela volta das eleições diretas no país. “Um partido se constrói na luta da disputa eleitoral para todos os cargos”..