O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PT-PE), disse que não houve “nenhum tipo de contrapartida” nas contribuições feitas para a sua campanha e para seu partido. “Foram todas feitas dentro da legislação, sem nenhum tipo de contrapartida”, afirmou. Segundo ele, há constrangimento “zero” em eventualmente investigar a construtora Camargo Corrêa, que doou R$ 1 milhão para o senador petista.
“(É) Esse o tipo de visão que a oposição tenta colocar. Isso sim é uma maneira de constranger os integrantes da CPI talvez para que não tomem determinadas medidas que precisam ser tomadas”, disse Costa.
Também beneficiada com doações da Camargo Corrêa, Vanessa Grazziotin (PC do B-AM) disse que a empresa é uma dentre várias outras doadoras e as contribuições se deram “dentro das regras legais e vigentes”.
Procurados, os senadores Ciro Nogueira (PP-PI) e José Pimentel (PT-CE), que também receberam doações da Camargo Corrêa, não responderam aos pedidos de entrevista feitos pela reportagem.
Os requerimentos apresentados à CPI da Petrobrás no Senado também é outra justificativa usada por parlamentares da base aliada do governo Dilma Rousseff para afirmar a “neutralidade” da comissão, formada por maioria governista.
Segundo o presidente da CPI no Senado, Vital do Rêgo (PMDB-PB), as investigações da comissão serão feitas com base nos objetos do plano de trabalho aprovado anteontem.
“Se alguma empresa estiver dentro desses eixos, os documento vão estar constando participação e vamos trabalhar em cima deles”, disse o senador peemedebista.
Pedidos
Dois requerimentos aprovados na sessão de inauguração da CPI do Senado fazem referência direta à Camargo Corrêa. Um pede cópia do contrato celebrado entre a Petrobrás e o consórcio da empresa com a Iesa para a construção da plataforma P-62.
A plataforma, construída no Estaleiro Atlântico Sul (EAS), na cidade de Ipojuca, em Pernambuco, teve as obras atrasadas após um acidente, em março de 2013, durante o içamento de uma peça. Os senadores também querem ouvir Paulo Augusto Santos da Silva, presidente do consórcio Camargo Corrêa/ Iesa.
Outros oito pedidos citam a refinaria de Abreu e Lima. Há solicitações de cópias de contratos, aditivos e pagamentos realizados pela Petrobrás a fornecedores da refinaria. A Camargo Corrêa foi procurada ontem, mas não se manifestou.
Notas
Em nota, a construtora OAS afirmou que todas as doações eleitorais da empresa são feitas nas formas previstas na lei.