O governo federal aposta na “desidratação” dos protestos por acreditar que os atos não contam com apoio massivo da população, como ocorreu em junho do ano passado. Ao mesmo tempo, teme desgastes na imagem da presidente Dilma Rousseff. A estratégia para minimizar os efeitos negativos é defender o direito de as pessoas se manifestarem e tentar, ao máximo, disfarçar as preocupações.
Nessa quinta-feira (15) por exemplo, o ministro Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência, informou que o Executivo desistiu de enviar ao Congresso o projeto para punir de forma mais rigorosa os manifestantes que praticassem atos de vandalismo ou violência. “Não tem protesto que nos assuste. O que nos preocupa é quando usam métodos antidemocráticos”, comentou Carvalho. Dilma, por sua vez, apelou à “alma” hospitaleira da população.
“Esse compromisso do brasileiro com a boa recepção é algo que faz parte da cultura, da alma, do ânimo do povo brasileiro. Tenho certeza também de que nós podemos dizer que o legado da Copa é nosso. Ninguém que vem aqui leva consigo na sua mala aeroporto, porto, obras de mobilidade urbana e estádios. Eles podem levar na mala a garantia de que esse é um povo alegre e hospitaleiro. É isso que é a questão central dessa Copa”, disse a petista, na cerimônia de lançamento do Compromisso pelo Emprego e Trabalho Decente na Copa, no Palácio do Planalto.