"Esse processo é tão importante que a (presidente) Dilma (Rousseff) disse aos jovens, esses dias, em Brasília, que para realizá-lo temos de fazer um processo semelhante ao das diretas", relatou, comparando a necessidade de mobilização popular pela reforma como a que houve em 1984 pela eleição à presidência da República. Prevendo que "a resistência será tremenda", justificou sua posição ao afirmar que "tão forte quanto a resistência à questão da democratização dos meios de comunicação é a (resistência à) reforma de um sistema que, se sabe, tem consciência do poder que tem e do risco que tem em abrir mão desse critério econômico para a eleição".
Ao analisar a trajetória do PT no governo, Carvalho reconheceu que o partido e os movimentos sociais foram se adaptando ao aparelho do Estado. "É verdade que inoculamos o novo no velho, mas o velho também se inoculou dentro de nós de maneira duríssima, cada vez mais perceptível e mais presente", afirmou, apontando o "verticalismo e o distanciamento" como traços adquiridos no poder. "E junto com isso, dentro da lógica do aparelho, a eleição financiada, pelos custos que ela demanda, funcionou infelizmente como terrível elemento de indução progressiva à corrupção".
Para Carvalho, o PT está diante da necessidade de romper com o "ar condicionado" e passar a conviver com os novos movimentos populares para não abrir mão de seu papel histórico. "Temos de romper com a paralisia retomando o velho e bom método da convivência na luta e reflexão nessa luta", propôs..