Jornal Estado de Minas

PT, PSDB e PSB traçam táticas para atrair os 15 milhões de eleitores mineiros

Embora a disputa não tenha sido iniciada oficialmente, PT, PSDB e PSB já fazem um esboço de como pretendem atuar para conquistar os votos dos mais de 15 milhões de mineiros em outubro

Leonardo Augusto
Os três principais partidos com pré-candidatos à Presidência da República já têm traçadas algumas estratégias que vão adotar para a disputa dos 15,1 milhões de votos dos mineiros.
O PSDB, do senador Aécio Neves, adotou a tática do “atrito zero” com partidos da base do Palácio da Liberdade. Com poucos prefeitos no estado, o PSB, do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, articula viagens do pré-candidato às principais cidades do estado para as próximas semanas. E o PT, da presidente Dilma Rousseff, decidiu ir para o embate direto com apenas um adversário, o PSDB.

Único dos três partidos ainda por definir se terá candidato próprio ao governo do estado, o PSB montou cronograma intenso de viagens de Campos ao estado ainda no período da pré-campanha. Segundo o presidente estadual da legenda em Minas, deputado federal Júlio Delgado, o ex-governador irá a Montes Claros (Norte), Teófilo Otoni (Vale do Mucuri), Varginha (Sul), Governador Valadares (Leste), Juiz de Fora (Mata) e Ipatinga (Vale do Aço). Na semana passada, ele esteve em Uberaba (Triângulo). O parlamentar afirmou ainda que o partido vai usar o cacife político do prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda, para conseguir eleitores principalmente na Grande BH.

Dentro de um grupo formado por 18 partidos que apoiam o governador Alberto Pinto Coelho (PP), o PSDB do senador Aécio Neves e do pré-candidato do partido ao Palácio da Liberdade, Pimenta da Veiga, não quer melindrar os aliados no lançamento de nomes para deputado estadual e federal. “Nosso posicionamento é de que não é a candidatura de um partido político, mas de um grupo político”, diz o vice-presidente tucano em Minas, deputado federal Domingos Sávio.
O parlamentar afirma que o partido já aceitou não ter candidatos à Assembleia Legislativa ou à Câmara Federal em regiões do estado para evitar defecções.

Na própria base do deputado, Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas, os tucanos decidiram não lançar candidato à Assembleia, o que poderia atrapalhar a tentativa de reeleição de Fabiano Tolentino (PPS), ex-vereador na cidade. Decisão semelhante foi adotada em Uberlândia (Triângulo), onde os tucanos não terão candidato a deputado federal. Entrará na disputa pelo cargo o ex-prefeito da cidade, Odelmo Leão (PP). Em Varginha (Sul), para evitar atrito com o deputado estadual Dilzon Melo (PTB), o PSDB também não terá candidato à Assembleia. “Radicalizar e não tratar os aliados com cuidado pode fazer com que abandonem a campanha majoritária ou até mesmo mudem de lado”, argumenta Domingos Sávio.

No PT da presidente Dilma Rousseff, que tentará a reeleição, e do pré-candidato do partido ao governo de Minas, o ex-ministro Fernando Pimentel, a estratégia será disseminar as ações do governo federal no estado. “Vamos falar do que já foi feito e propor mais avanços, sempre a partir da garantia de quem já fez, na comparação com quem já esteve no poder e nada fez”, diz o deputado federal Reginaldo Lopes, se referindo aos oito anos em que o PSDB governou o país..