São Paulo - O presidenciável do PSB, Eduardo Campos, disse nesta segunda-feira que a inclusão da investigação em torno do Porto de Suape na CPI da Petrobras no Senado foi uma retaliação política. Em entrevista à Rádio Bandeirantes de Campinas (SP), Campos foi questionado sobre a inclusão e respondeu: "É óbvio que sim, é uma retaliação".
Campos voltou a criticar duramente a gestão atual da Petrobras e do uso da defasagem de preços da gasolina para controle da inflação. O pré-candidato disse que, em um futuro governo, propõe gerir a Petrobras respeitando quatro princípios: escolher diretores por competência, blindar a empresa da corrupção, cumprir os planejamentos estratégicos e estabelecer uma regra "clara" para os preços dos combustíveis. Sem ser mais específico sobre como implementar tais pontos, Campos disse que eles dariam mais "estabilidade" às operações da estatal.
Saída do governo
Perguntado se não é um contrassenso criticar tão duramente um governo do qual até pouco tempo atrás fazia parte, já que PSB era da base aliada de Dilma Rousseff até o ano passado, Campos afirmou que o PSB tem identidade e personalidade próprias. "Saímos pela porta da frente", disse.
O ex-governador de Pernambuco disse que esteve com o governo Dilma nos primeiros anos, pois apoiava as ideias em torno do qual se elegeu. Citou a chamada "faxina" nos ministérios, feita por Dilma em 2011, como uma "sinalização de correção de rumo". Mas criticou a presidente dizendo que ela "desviou desse caminho, começou a colocar pessoas atrasadas no centro do governo".