Vargas, que havia pedido licença, deverá reassumir seu mandato nesta terça-feira, 20. Ele terá até o dia 28 deste mês para entregar a defesa escrita e indicar suas testemunhas. O prazo final da apresentação da defesa venceria no dia 27, mas o deputado pediu dois dias a mais de prazo e, ao final, Izar concedeu apenas um dia extra. Ao fazer concessões ao parlamentar, o presidente do Conselho tenta impedir que Vargas argumente que sua defesa foi cerceada e consiga anular o processo em uma ação judicial. "Temos dado todos os prazos pedidos por ele, mas a gente não pode permitir que termine o prazo (do trâmite processual) antes do recesso", afirmou à reportagem.
Como o deputado ainda não nomeou oficialmente seus defensores para a representação do Conselho de Ética, Izar acredita que o ex-petista pode estar manobrando para ganhar mais dez dias de prazo. Isso porque se não houver um advogado nomeado quando a defesa for apresentada, o presidente do Conselho é obrigado a dar mais tempo para que seja oficializado um advogado ou indicar um parlamentar que fará a indicação do defensor.
Independentemente das manobras, os membros do Conselho de Ética querem evitar a paralisação do processo iniciado em 9 de abril e vão trabalhar para que o relatório do deputado Júlio Delgado (PSB-MG) seja aprovado no Conselho de Ética até meados junho, antes do prazo regimental de 90 dias para apreciação do caso. Segundo Izar, o Conselho terá acesso ao inquérito da Operação Lava Jato da Polícia Federal assim que a defesa de Vargas for apresentada. O relatório de Delgado deverá se basear nas provas levantadas pela PF, o que permitirá agilizar o trâmite do caso..