Jornal Estado de Minas

Troca de empurrões na Câmara de BH pode resultar em processo por quebra de decoro

Na última sexta-feira, os veradores Arnaldo Godoy (PT) e Marcelo Aro(PHS) se desentenderam sobre o uso do microfone do plenário da Casa durante sessão

Marcelo Ernesto
Mais uma polêmica envolvendo a Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) tem movimentado os bastidores da Casa.
Na sexta-feira - última reunião plenária deste mês de maio -, logo no início dos trabalhos, os vereadores Arnaldo Godoy (PT) e Marcelo Aro (PHS) disputaram o microfone do plenário, o que terminou com a troca de empurrões entre os dois. O assunto repercutiu e nesta segunda-feira, Godoy encaminhou ofício à Mesa Diretora e ao corregedor da Casa, Autair Gomes (PSC), para avaliar a possível quebra de decoro de Aro.

A confusão ocorreu quando o vereador Orlei (PTB), que presidia a sessão no dia, votava a aprovação da ata da reunião do dia anterior. O vereador Arnaldo Godoy (PT) pediu a dispensa da leitura do documento – prática comum no início dos trabalhados na Casa -, e o procedimento foi aprovado. Nesse momento, Marcelo Aro foi em direção a Godoy, que estava à frente do microfone do plenário, para pedir verificação de quórum. Arnaldo já aguardava para falar e não aceitou o gesto, quando começou o empurra-empurra. A situação durou alguns segundos, até que Arnaldo Godoy recuperasse o microfone e o presidente da sessão interferisse a favor do petista.
“O senhor tem que esperar ele, vereador. Que isso”, afirmou. Na sequência a reunião foi suspensa por cinco minutos.

Os dois parlamentares usaram as suas páginas nas redes sociais para comentar o assunto nesta segunda-feira. Arnaldo Godoy afirmou que nunca presenciou “atitude tão descabida e desrespeitosa” na Câmara. O vereador, que já está no seu quinto mandato, ressaltou que a atitude comprometeria a credibilidade dos parlamentares. “ Infelizmente, atitudes como a do vereador Marcelo Aro só servem para aumentar o descrédito da atividade política. Jovem, já alça voo para a Assembleia. Mas, agindo assim, mostra seu despreparo para o cotidiano político — de debate e de confronto de ideias”, analisou.

Em sua defesa, Marcelo Aro negou que tivesse agredido o colega e afirmou que vem sendo vítima de “perseguição, calúnia e difamação”, dos que ele chamou de praticantes de “ uma política velha e arcaica”. Aro ainda afirmou que agiu de acordo com o regimento interno. Ele admite que “entrou na frente do vereador Arnaldo Godoy. “De fato, para que eu não perdesse meu direito de pedir a verificação de votação pelo decurso do prazo, entrei na frente do vereador Arnaldo Godoy, mas não para furar fila ou impedi-lo de falar no momento oportuno, mas simplesmente porque, apesar de o vereador estar em frente ao microfone (como se dono dele fosse), aquele era o único instante que eu tinha para me manifestar sobre a votação da ata”, justificou.

O vereador revelou que vem sofrendo ameaças nas redes sociais, e adiantou que tomará medidas judiciais contra a publicação do boato de que ele teria agredido Godoy.


De acordo com o regimento interno, Marcelo Aro terá 10 dias para apresentar defesa da acusação de quebra de decoro. O prazo começa a contar a partir da leitura do ato na próxima reunião do plenário, o que só ocorrerá no dia 02 de junho.

Assista ao vídeo da sessão. A confusão ocorre a partir de 1'30'':


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