Conforme revelou o jornal
O Estado de S.
, a compra foi aprovada pela presidente Dilma Rousseff, na época em que chefiava a Casa Civil e presidia o conselho de administração da Petrobras. Em resposta à reportagem, Dilma alegou que deu aval ao negócio por ter recebido "informações incompletas" de um parecer "técnica e juridicamente falho", elaborado por Cerveró, que comandava na época a diretoria internacional da estatal.
A assessoria da Comissão de Ética não soube informar à
Agência Estado
quando as informações foram enviadas aos conselheiros. Independentemente do resultado do processo, a decisão da comissão sobre Cerveró terá efeito praticamente nulo, já que ele deixou o governo - os conselheiros poderão, no máximo, aplicar uma censura ética contra o ex-diretor, com efeito praticamente inócuo.
Segundo Lacombe, a comissão também recebeu informações dos ministros da Fazenda, Guido Mantega, do Planejamento, Miriam Belchior, e da Secretaria de Direitos Humanos, Ideli Salvatti, sobre convites da Petrobras recebidos por seus familiares para assistir ao GP do Brasil de Fórmula 1, em novembro passado, no Autódromo de Interlagos, em São Paulo. A denúncia sobre esses convites foi feita pelo jornal
O Estado
, em março deste ano.
De acordo com Lacombe, não houve andamento nesse processo em virtude da ausência do conselheiro Marcello Alencar de Araújo, que também é relator do caso Cerveró na Comissão de Ética Pública. Os conselheiros também decidiram pedir esclarecimentos a Marcelo Estrela Fiche, ex-chefe de gabinete do ministro Guido Mantega, acusado de receber dinheiro de uma empresa que trabalhava para a pasta. A próxima reunião da comissão está marcada para 9 de junho..