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Estado de Minas

Após desentendimento na Câmara de BH, vereadores trocam acusações

Arnaldo Godoy e Marcelo Aro trocaram empurrões por causa de microfone. Godoy representou contra Aro


postado em 20/05/2014 06:00 / atualizado em 20/05/2014 07:33

Arnaldo Godoy estava ao microfone quando Marcelo Aro tentou tomar a vez para pedir questão de ordem(foto: Reprodução/TV Câmara )
Arnaldo Godoy estava ao microfone quando Marcelo Aro tentou tomar a vez para pedir questão de ordem (foto: Reprodução/TV Câmara )

Às vésperas do período eleitoral, a disputa de ideias na Câmara Municipal deu lugar a uma briga entre dois vereadores que este ano tentam se tornar deputados estaduais. O caso envolveu o estreante Marcelo Aro (PHS) e o veterano Arnaldo Godoy (PT), que, na última sessão plenária do mês, entraram literalmente em queda de braço pelo microfone. A situação foi levada nessa segunda-feira à Corregedoria da Casa, que vai analisar se houve quebra de decoro parlamentar. A confusão foi registrada pela TV Câmara.

Ainda na abertura dos trabalhos, na sexta-feira, Arnaldo Godoy pediu dispensa da leitura da ata da reunião anterior, momento em que a filmagem enquadra apenas a Mesa Diretora. Enquanto o vereador Orlei (PTdoB), que presidia a sessão, dizia que aceitava o requerimento, é possível ouvir que Marcelo Aro toma o microfone das mãos de Godoy para pedir questão de ordem. “Não! Estou na frente aqui”, diz o petista. “Pela ordem, presidente, eu quero verificação”, insiste Aro. Quando a imagem retorna para os dois, eles aparecem puxando o microfone cada qual para seu lado, até que Godoy recupera o equipamento.

Assista ao vídeo da sessão. A confusão ocorre a partir de 1'30''


O vereador do PT representou contra Aro por quebra de decoro. “Ele veio correndo e tirou microfone da minha mão, me empurrou paro o lado, aí disputei com ele e nos empurramos”, conta Godoy, que considerou a atitude inaceitável. No mesmo microfone, que ganhou no braço, ele disse que o colega teve uma atitude de menino “mimado” que “viveu nababescamente e quer ver sua vontade prevalecer sobre a do outro”. Godoy disse nunca ter presenciado situação semelhante na Casa. Enquanto alguns colegas atrás dele pareciam rir da situação, o petista seguiu dizendo ao microfone que o dinheiro de Marcelo Aro não comprava sua vez de falar na Câmara. “Ele é do Belvedere, de família rica. É carismático e homofóbico”, esbravejou mais uma vez ontem Godoy.

Marcelo Aro alega que, pelo regimento, o vereador que discordar da votação simbólica deve pedir a verificação pelo sistema nominal imediatamente. “Foi o que fiz. Só tem um microfone e Arnaldo estava na frente. Ele não estava segurando, fui até lá e peguei o microfone”, afirmou. Aro garante não ter empurrado o colega. “Quem me empurrou foi ele, está tudo filmado, se alguém quebrou o decoro foi ele”, garantiu. o Aro chamou Godoy de antidemocrático por tê-lo criticado na tribuna e pedido encerramento da sessão sem que ele respondesse. “Ele não teve hombridade. Vou refletir com a assessoria se entro com um processo. Motivos para isso tenho. Mas também o que esperar de quem depende de José Dirceu, Genoíno e Delúbio Soares? Tem que esperar ataques nas redes sociais e imprensa”, afirmou. No início da noite, Marcelo informou ter conseguido a imagem de outro ângulo, mostrando que “não encostou um dedo” em Godoy”.

REGIMENTO
Para o vice-presidente da Câmara, Orlei, que mediou a briga da Mesa, não houve quebra de decoro. “O que houve foi uma falta de educação do Marcelinho. Achei que ele foi infeliz da forma com que fez e até com uma pessoa na situação do vereador, que é deficiente visual, ficou pior ainda”, avalia. Orlei afirma que vai usar a situação como exemplo e estudar o regimento. “De repente o vereador que quer questionar a ata tem uma forma de fazer isso melhor”, ponderou.

Por meio de sua assessoria, o presidente da Casa, vereador Léo Burguês (PSDB), disse que o caso foi encaminhado à Corregedoria, que tem um prazo para investigar o assunto. Os dois parlamentares envolvidos solicitaram as imagens da TV Câmara para apurar mais claramente o ocorrido. Procurado pela reportagem, o corregedor Autair Gomes (PSC) não retornou a ligação.

 


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