Jornal Estado de Minas

Para evitar dissidências Dilma abre Planalto a aliados

O apoio de alguns partidos da base aliada a Dilma, porém, enfrenta resistências internas nas legendas

Brasília - A presidente Dilma Rousseff iniciou nessa segunda-feira uma reaproximação com partidos da sua base aliada após a queda nas recentes pesquisas de intenção de voto.
Dilma conversou com os presidentes do PR, senador Alfredo Nascimento (AM), e do PRB, Marcos Pereira. Nos próximos dias, a presidente terá encontros com integrantes do PTB e do PP. A ideia é assegurar a presença dos partidos na campanha à reeleição e garantir o tempo de TV das siglas na propaganda eleitoral.

O apoio a Dilma, porém, enfrenta resistências internas nas legendas. Após o encontro no Palácio do Planalto, Nascimento disse que, se "tivesse que tomar a decisão pelo partido", decidiria pelo apoio à reeleição. "Mas quem decide é a convenção", ressalvou, reconhecendo que existe uma grande divisão interna no PR. "O partido está totalmente indefinido. Tem uma dissidência muito forte.
Não posso me antecipar e, assim, não dá para fazer um prognóstico agora."

Apesar de ser da base do governo federal e ocupar o Ministério dos Transportes, com César Borges, uma parte do PR, capitaneada pelo líder do partido na Câmara, Bernardo Vasconcellos (MG), divulgou no fim de abril um manifesto - apoiado por 20 dos 32 deputados federais - defendendo a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Antes do encontro com Dilma, o presidente do PRB, Marcos Pereira, afirmou que o partido deve apoiar formalmente a reeleição, mas também ponderou que a decisão só será tomada na convenção nacional. O problema, segundo ele, se concentra nas coligações com o PT para cargos proporcionais nos Estados. Conforme Pereira, as pesquisas "não vão influenciar" a decisão da sigla. "É um retrato momentâneo e temporário e ela (Dilma) já estancou a queda", disse.

Meirelles


Ontem, em Belo Horizonte, o pré-candidato do PSDB à Presidência, senador Aécio Neves (MG), admitiu a possibilidade de "conversar" com o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles (PSD) sobre a vaga de vice na sua futura chapa. Mas, segundo Aécio, essa negociação só vai ocorrer caso o PSD de Meirelles deixe a base do governo federal.

O ministro da Secretaria da Micro e Pequena Empresa e vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos (PSD), porém, foi categórico ao afirmar que Meirelles, seu correligionário, não integrará a chapa majoritária de Aécio. "Temos um compromisso a nível nacional já firmado com a presidente Dilma", disse. "Não existe a hipótese de Meirelles ser vice de Aécio." (Colaborou Elizabeth Lopes). .