A direção nacional do PSB ainda resiste em assumir publicamente o distanciamento político com o PSDB, mas a postura adotada pelo diretório de Minas Gerais deixa bem claro que a “parceria” com os tucanos nos estados está cada vez mais distante. Nessa segunda-feira, a direção estadual mineira não compareceu ao lançamento das pré-candidaturas de Pimenta da Veiga (PSDB) ao governo do estado, do seu vice, o deputado Dinis Pinheiro (PP), e do ex-governador Antônio Anastasia (PSDB) ao Senado.
Presidente estadual do PSB de Minas, o deputado federal Júlio Delgado foi bastante firme em defender a tese da candidatura própria. Chegou a dizer que um ou outro integrante do partido pode ter aparecido ao evento do PSDB, que contou com a participação do presidenciável da legenda, Aécio Neves, mas garantiu que eles não representam qualquer apoio ao projeto do PSDB. “Até porque os nomes apresentados (pelos tucanos) não empolgaram a nossa militância”, sentenciou.
Júlio Delgado reconheceu, no entanto, que chegou a existir um compromisso de reciprocidade entre os dois partidos, mas que a pré-candidatura de Eduardo Campos (PSB) à Presidência da República e de Marina Silva (PSB/Rede) a vice, que é vista como uma terceira via na disputa presidencial, mudou o cenário. “Se novos ventos estão soprando para o Brasil, por que não pode soprar em Minas?”, questionou o parlamentar.
Júlio Delgado é um dos nomes cotados para a disputa. A outra opção seria Apólo Henriger (PSB/Rede). “Há uma grande tendência de termos candidatura própria (em Minas) e sempre houve pessoas que defendessem isso”, ressaltou o secretário-geral do PSB nacional, Carlos Siqueira, Ele negou, inclusive, qualquer acordo com os tucanos. “Eu nunca ouvi falar. Não sei de nada”, garantiu.
Na lista estados “parceiros” do PSB na campanha estadual, os tucanos pernambucanos ainda não têm uma definição sobre o apoio anunciado à pré-candidatura de Paulo Câmara (PSB) ao governo do estado. “Vamos aguardar agora as orientações do PSDB nacional”, ponderou o deputado estadual Daniel Coelho (PSDB), nome que o partido pode lançar para o governo do estado caso seja quebrado o acordo com PSB. Na próxima segunda-feira, Aécio Neves estará no Recife para receber o título de cidadão da cidade, quando se espera que ele trate do assunto com os aliados.
Já Eduardo Campos inicia hoje uma maratona de visitas a três estados do Nordeste: Bahia, Paraíba e Rio Grande Norte. Desde domingo no Recife, ele concedeu ontem, por telefone, entrevista a uma rádio de Jundiaí, São Paulo. Provocado a dizer com quem a disputa no segundo turno seria mais difícil, Dilma Rousseff (PT) ou Aécio, disse: “A gente está preparado para passar ao segundo turno. Agora, sinceramente, não sei quem a gente vai enfrentar”.