O advogado dos acusados, Rodrigo Roca, rejeitou a tese dos procuradores, aceita pela juíza, de que os réus cometeram crimes contra a Humanidade, que não são prescritos, segundo princípio geral do Direito Internacional.
O direito internacional se aplica quando há uma lacuna na lei de um país, o que não é o caso. A lei brasileira é clara: o prazo máximo da Justiça (para condenação por um crime) é de vinte anos. Os fatos aconteceram em 1981. Essa conta está errada", sustenta o advogado, que defende os militares reformados Wilson Machado, Nilton Cerqueira, Divany Carvalho Barros e Edson Sá Rocha.
Machado e Cerqueira são acusados de tentativa de homicídio, associação criminosa armada e transporte de explosivo. Sá Rocha é acusado de associação criminosa armada e Divany Barros, de fraude processual. O advogado também defende os cinco militares denunciados ontem pelo Ministério Público Federal por homicídio e ocultação de cadáver do deputado Rubens Paiva, morto em janeiro de 1971 nas dependências do Destacamento de Operações de Informações (DOI).
Se a Justiça Federal aceitar a denúncia do Ministério Público, Roca também impetrará pedido de habeas corpus. Neste caso, além da prescrição dos crimes, vai recorrer à Lei de Anistia, de 1979, que perdoou os crimes cometidos durante da ditadura militar.
A denúncia do caso Rubens Paiva está, por enquanto, em segredo de Justiça, na 4ª Vara Criminal Federal, por ter sido vinculada à medida cautelar que permitiu apreensão de documentos na casa do coronel Paulo Malhães, agente da ditadura que admitiu ser responsável pelo sumiço do corpo do deputado Rubens Paiva e morreu no dia 24 de abril, em circunstâncias ainda não esclarecidas pela Polícia Civil. "Vou brigar para a Justiça manter o sigilo para evitar mais exposição gratuita dos acusados", disse o advogado..