Existe, contudo, um receio de que o ex-diretor resolva expor as atividades como lobista logo após a exoneração da estatal, em março de 2012. Essa seria a única maneira, entendem aliados do Planalto, de Costa constranger o governo. Relatório da Polícia Federal encaminhado ontem ao juiz Sérgio Moro, da Justiça Federal do Paraná, afirma que há suspeitas da existência de uma “organização criminosa no seio da empresa Petrobras” que patrocinaria desvio de recursos públicos para o exterior e o consequente “retorno de numerário via empresas offshore”.
Ainda de acordo com a PF, esse esquema, do qual Costa fazia parte desde o tempo em que ajudou nas negociações da compra da refinaria de Pasadena, no Texas, serviria de base para “pagamento de propinas e abastecimento financeiro de grupos criminosos envolvidos no ramo petroleiro”.
Agripino garante que a oposição não estará presente nem mesmo se Paulo Roberto Costa for convocado à CPI do Senado. “Se ele for lá, terá que vir à comissão mista. Na melhor das hipóteses, estaremos pautando a CPI governista, pois eles terão de ser mais duros com os depoentes”, disse o senador do DEM, que afirmou não entender por que Paulo Roberto Costa está solto. “Essa é uma resposta que deve ser ao Brasil, não apenas à oposição”, cobrou.
Se Costa está solto, a Justiça Federal do Paraná decretou um novo pedido de prisão contra o doleiro Alberto Youssef, desta vez, pelo envolvimento no caso Banestado, no qual responde por crimes de gestão fraudulenta de instituição financeira, evasão de divisas e corrupção ativa.
Youssef já está preso preventivamente na Polícia Federal em Curitiba por causa da Operação Lava a Jato, na qual é acusado de ter movimentado ilegalmente algo como R$ 10 bilhões. Assim, caso do Supremo Tribunal Federal (STF) mande soltar o doleiro, como fez com Costa, ele não poderá ganhar a liberdade..