Brasília – A oposição vai manter a estratégia do boicote à CPI da Petrobras e não comparecerá nesta quinta-feira ao depoimento do ex-diretor da área internacional da estatal Nestor Cerveró. “Nós queremos constranger o governo e mostrar que essa CPI é chapa branca e não quer investigar nada”, disse o líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN). Sem a presença dos oposicionistas, o relator da CPI, senador José Pimentel (PT-CE), vai colocar em votação o requerimento para convocar o ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa.
Ainda de acordo com a PF, esse esquema, do qual Costa fazia parte desde o tempo em que ajudou nas negociações da compra da refinaria de Pasadena, no Texas, serviria de base para “pagamento de propinas e abastecimento financeiro de grupos criminosos envolvidos no ramo petroleiro”.
Agripino garante que a oposição não estará presente nem mesmo se Paulo Roberto Costa for convocado à CPI do Senado. “Se ele for lá, terá que vir à comissão mista. Na melhor das hipóteses, estaremos pautando a CPI governista, pois eles terão de ser mais duros com os depoentes”, disse o senador do DEM, que afirmou não entender por que Paulo Roberto Costa está solto. “Essa é uma resposta que deve ser ao Brasil, não apenas à oposição”, cobrou.
Se Costa está solto, a Justiça Federal do Paraná decretou um novo pedido de prisão contra o doleiro Alberto Youssef, desta vez, pelo envolvimento no caso Banestado, no qual responde por crimes de gestão fraudulenta de instituição financeira, evasão de divisas e corrupção ativa. Na época, ele negociou uma delação premiada, mas perdeu o benefício por ter voltado a praticar crimes.
Youssef já está preso preventivamente na Polícia Federal em Curitiba por causa da Operação Lava a Jato, na qual é acusado de ter movimentado ilegalmente algo como R$ 10 bilhões. Assim, caso do Supremo Tribunal Federal (STF) mande soltar o doleiro, como fez com Costa, ele não poderá ganhar a liberdade.