"Fechamos também a aquisição da comercializadora, ideia que não fazia parte do objetivo inicial. Mas ficou evidente a conveniência de termos uma comercializadora que conhecesse o mercado americano", declarou o ex-diretor.
De acordo com Cerveró, a sócia da petroleira brasileira, a Astra Oil, começou a sinalizar em 2007 que não estava disposta em investir o necessário para duplicar Pasadena. "A Astra não colocava como prioridade colocar mais de US$ 3 bilhões na refinaria", disse.
A presidente da República Dilma Rousseff comandava, quando ministra da Casa Civil em 2006, o conselho de administração da Petrobras. Ela sustentou que só apoiou a compra de 50% da refinaria porque não tinha conhecimento das cláusulas Put Option, que obrigava a Petrobras a comprar a outra metade da refinaria em caso de desentendimento com a sócia Astra Oil, e Marlim, que garantia lucro mínimo aos belgas mesmo que o negócio não desse lucro. Dilma também sustentou que o resumo técnico, elaborado pela diretoria internacional da Petrobras e encaminhado ao conselho, não citava as duas cláusulas. Ao final, a petroleira brasileira teve de comprar a outra metade da refinaria e transação ocasionou um prejuízo bilionário para a Petrobras.
Numa audiência que conta apenas com a presença do líder do governo no Congresso, senador José Pimentel (PT-CE), e da senadora Vanessa Grazziotin (PcdoB-AM), Cerveró disse ainda que Pasadena tem hoje margens "significativas" devido àS condições favoráveis para o processamento de óleo leve.
Cerveró foi demitido da diretoria financeira da BR Distribuidora depois de ter sido apontado como o responsável por elaborar o resumo técnico defendendo a transação entre a Astra Oil e a Petrobras.
Anteontem, os senadores ouviram o ex-presidente da estatal, José Sergio Gabrielli, que amenizou a responsabilidade da presidente Dilma na aprovação da compra de Pasadena..