A ampliação do metrô da capital, uma das obras de mobilidade mais esperadas pelos belo-horizontinos, tem mais uma queda de braço entre os governos estadual e federal. O Ministério das Cidades devolveu o projeto apresentado na semana passada pelo governo de Minas para as obras da Linha 3, que ligará a Estação da Lagoinha à Savassi. Segundo a pasta, o projeto foi entregue com pendências que impedem o início das análises que serão feitas pela Caixa Econômica Federal. “A Caixa já informou ao governo do estado que faltam documentações, como o orçamento e o cronograma da obra”, diz nota do Ministério das Cidades.
O órgão informou que, a partir do momento que o governo de Minas entregar o projeto com a documentação completa, a Caixa deverá concluir a análise da proposta em 30 dias úteis e a enviará à pasta das Cidades, responsável pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) – Mobilidade Grandes Cidades. “A Caixa envia então ao Ministério das Cidades a Síntese do Projeto Aprovada (SPA). O prazo para o ministério analisar a SPA é de 15 dias úteis. Após análise, o projeto será devolvido à Caixa para formalizar o Termo de Compromisso ou contrato para que o governo de Minas inicie a licitação das obras”, explicou o Ministério das Cidades.
Por meio de nota, a Secretaria de Estado de Transporte e Obras Públicas (Setop) informou ontem que a Caixa “solicitou que fossem feitos ajustes no documento referente ao orçamento da obra, para adequação ao padrão exigido”. “As adequações já estão sendo realizadas e o documento será reenviado ainda neste mês. Sobre o cronograma estipulado para a obra, este somente será definido após a aprovação pela Caixa dos documentos apresentados e liberação dos recursos”, diz a nota.
A Linha 3 do metrô de Belo Horizonte terá um trajeto de 4,5 quilômetros em dois níveis subterrâneos e com quatro estações entre a Estação da Lagoinha e a Savassi. Os túneis serão de 15 metros de diâmetro e os trilhos serão implantados em dois andares, de forma que todo o trajeto passe debaixo das ruas e não seja necessária nenhuma desapropriação na região, que é uma das mais valorizadas da cidade. O projeto, estimado em R$ 2,6 bilhões, prevê a construção de quatro novas estações: Praça Sete, entre as avenidas Afonso Pena e Amazonas; Palácio das Artes, na Afonso Pena, em frente ao teatro; Estação Tiradentes, na Rua Pernambuco, próximo à Avenida Brasil; e Savassi, entre as Ruas Pernambuco e Fernandes Tourinho. Também está planejada a construção de um pátio de operações e manutenção para o metrô.
Farpas
Em sua última visita ao estado, na semana passada, a presidente Dilma Rousseff (PT) rebateu as críticas que recebeu por parte de aliados do governo de Minas, de que o governo federal não estaria investindo o que tinha prometido em Minas Gerais. Em resposta a um comercial do PSD – partido aliado ao PSDB em Minas – veiculado em rádio e TV que apontava um suposto descaso do Planalto com as principais obras de mobilidade no estado, a petista afirmou que já tinha autorizado os repasses para as obras do metrô, do Anel Rodoviário e da duplicação da BR-381.
Por meio de redes sociais, Dilma cobrou do governo de Minas a entrega de projetos de engenharia para as obras de ampliação do metrô da capital, empurrando para os tucanos a responsabilidade sobre o andamento da obra. “O governo do estado, através da Metrominas, prometeu entregar o projeto executivo do metrô de BH agora em maio”, ressaltou a presidente.
Dois dias depois, o governo de Minas apresentou o projeto executivo para a obra da Linha 3 e respondeu à presidente, afirmando que o estado cumpre rigorosamente os compromissos assumidos para a obra do metrô. Os tucanos afirmaram que os recursos garantidos pelo Planalto até agora foram destinados apenas para a elaboração dos projetos e não para a execução da obra.
“Ao contrário do que foi dito pelo governo federal, a Linha 2 será feita por parceria público-privada (PPP).
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