O pré-candidato do PSOL à Presidência da República, senador Randolfe Rodrigues (AP), vai encontrar um partido rachado nesta sexta-feira, em Belo Horizonte, durante seminário para discutir a elaboração de seu plano de governo. A legenda, que vinha trabalhando desde o ano passado a candidatura a governadora da professora Maria da Consolação, resolveu lançar o nome de Fidélis Alcântara, provocando uma desavença interna. Contrária à candidatura do senador, Maria da Consolação perdeu a disputa pela indicação de seu nome para concorrer ao Palácio da Liberdade em um tumultuado encontro, realizado em 10 de maio. Integrante do grupo de apoio a Randolfe, Fidélis foi escolhido pré-candidato por 37 votos a 28 na reunião, da qual ele não participou.
O presidente do PSOL em Minas, Carlos Campos, defende o nome de Consola. Segundo ele, uma candidatura de Fidélis não unifica o partido nem a frente de esquerda. Alguns militantes querem que seja feito um novo encontro para discutir a questão. Uma das alegações é de que o quórum do encontro do dia 10 foi pouco representativo. Mas Carlos Campos afirma não haver mais tempo para isso. Em 22 de junho, o partido realiza sua convenção nacional, na qual deve ser homologado chapa formada por Randolfe e a ex- deputada federal Luciana Genro (PSOL-RS), como vice.
Para Fidélis não há racha na legenda, apenas uma disputa normal, saudável, de grupos que “têm posturas diferentes dentro do partido”. Ele afirma que o diálogo está aberto para novos entendimentos, mas ressalta que o PSOL mineiro não pode ficar debatendo se apoia ou não a candidatura de Randolfe, pois o partido já decidiu nacionalmente, em dezembro, que o senador será o candidato. “O racha não é grande como eles estão tentando fazer que seja”. Segundo ele, essa é uma posição minoritária dentro da legenda.