Brasília - O Supremo Tribunal Federal (STF) vai analisar suspeitas de que o senador José Sarney (PMDB-AP) teria recebido informação privilegiada ao resgatar R$ 2,159 milhões do Banco Santos um dia antes de ser decretada intervenção na instituição financeira. O episódio ocorreu em 2004.
Relator do caso no STF, o ministro José Antonio Dias Toffoli remeteu na quinta-feira, 22, a documentação para a Procuradoria Geral da República para que o órgão se manifeste. Em fevereiro, o Ministério Público Federal em São Paulo concluiu que existiam "elementos concretos de possível prática de delito".
Na época, os procuradores ressaltaram o fato de que havia uma relação estreita de amizade entre o senador e o então controlador do Banco Santos, Edemar Cid Ferreira. Segundo os integrantes do Ministério Público Federal em São Paulo, existia uma "proximidade de Sarney com Edemar" porque os dois seriam "amigos íntimos há mais de 3 décadas".
Na Justiça Federal Criminal em São Paulo, tramitou ação na qual foi apurado se o banqueiro cometeu crime contra o sistema financeiro. Edemar Cid Ferreira foi condenado a 21 anos de prisão pelos crimes de gestão fraudulenta, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. A defesa recorreu.