Porto Alegre - O pré-candidato do PSDB à Presidência da República, senador Aécio Neves (MG), vai ganhar neste sábado o palanque do PP no Rio Grande do Sul. Trata-se de um reforço importante para a campanha, sobretudo porque há poucos meses a perspectiva era de só contar com a força do próprio partido em um Estado em que a estrutura dos tucanos é menor que a do PMDB, PP, PT e PDT. O novo aliado tem a
candidata que lidera as pesquisas para o governo do Estado, a senadora Ana Amélia Lemos, 136 prefeitos,115 vice-prefeitos e diretórios em todos os 497 municípios. O Solidariedade também participa da aliança."O PP do Rio Grande do Sul sempre divergiu do diretório nacional e nunca apoiou o PT", destaca o presidente regional do partido, Celso Bernardi. "Essa aliança deixa clara nossa posição na campanha presidencial e não precisa ser explicada porque sempre andamos juntos por aqui."
Para Bernardi, Aécio ganha a força do PP, sua estrutura e uma candidata ao governo do Estado que já tem o capital político de 3,4 milhões de votos na primeira campanha que fez, para o Senado, em 2010. E o PP, que tende a concorrer com chances de ganhar o Piratini depois de cinco eleições como coadjuvante, será reforçado com bases que deram a vitória aos tucanos nas prefeituras de Pelotas, São Leopoldo e Viamão em 2012.
O ato político está previsto para o início da tarde na Assembleia Legislativa, em Porto Alegre. Além de Aécio e Ana Amélia, são esperados o presidente nacional do Solidariedade, o deputado federal Paulo Pereira da Silva; o governador de Minas Gerais, Alberto Pinto Coelho; e o deputado federal Esperidião Amin.
A aliança é exclusivamente para as eleições majoritárias e fica aberta à adesão de outros partidos até as convenções, em junho. Por enquanto são citados como cotados para compor a chapa o deputado estadual Cassiá Carpes (Solidariedade), como vice-governador, e o deputado federal Nelson Marchezan Júnior, como senador.
O acordo entre o PSDB e o PP foi selado depois de uma reviravolta política. Até o final do ano passado era dada como certa a aliança do PP com o PSB para dar palanque ao pré-candidato à presidência Eduardo Campos. Mas algumas diferenças entre Marina Silva, que se aliou ao ex-governador de Pernambuco, e ruralistas gaúchos afastaram os dois partidos no Estado.
Se não houver nova reviravolta, o quadro sucessório gaúcho está definido. O PSB firmou aliança com o PMDB, que lançou o ex-prefeito de Caxias do Sul José Ivo Sartori ao governo do Estado, e também conquistou um palanque forte para Campos. O PT vai tentar reeleger Tarso Genro com o provável apoio do PTB. A presidente Dilma Rousseff não terá no Estado o palanque de aliados como o PP e o PMDB.