Jornal Estado de Minas

Aécio dá aval para Alckimin buscar aliança com o PSB

Presidenciável do PSDB libera governador de São Paulo a buscar aliança com o PSB no estado para reforçar sua candidatura à reeleição. Mineiro comemora apoio de Ronaldo Fenômeno

Juliana Cipriani
"O partido tem dado a ele essa liberdade, para construir a aliança que seja mais confortável à sua caminhada. Com Geraldo Alckmin fortalecido em São Paulo, o PSDB está fortalecido no Brasil inteiro", Aécio Neves, senador e pré-candidato - Foto: George Gianni/Divulgação

Depois de se reunir por cerca de uma hora com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), o senador e pré-candidato tucano ao Palácio do Planalto, Aécio Neves, liberou o paulista para se aliar ao PSB, partido do ex-governador de Pernambuco e presidenciável Eduardo Campos. A decisão ocorre mesmo depois de os socialistas romperem com um acordo de apoiar o apadrinhado de Aécio em Minas, o ex-ministro das Comunicações Pimenta da Veiga (PSDB), e partir para a candidatura própria na disputa pelo governo mineiro (leia abaixo).

Alckmin vem tentando fechar um acordo com o PSB para reforçar sua candidatura à reeleição, mas enfrenta entraves por causa da candidata a vice-presidente na chapa socialista, a ex-senadora Marina Silva. Também em Minas Gerais, ela patrocinou a candidatura do ambientalista Apolo Heringer, que agora disputa com o presidente do partido no estado, Júlio Delgado, a vaga de candidato ao governo. No mês passado, quando as pesquisas eleitorais começaram a indicar as chances de um segundo turno, o próprio Eduardo Campos teria sinalizado o rompimento do pacto de não agressão que havia feito com Aécio.

A divergência, pelo menos no discurso do tucano, parece não ter afetado os encaminhamentos em São Paulo, maior colégio eleitoral do país. “A decisão que ele (Alckmin) tomar em São Paulo é a nossa decisão. Ele tem que ter absoluta liberdade, e o partido tem dado a ele essa liberdade, para construir a aliança que seja mais confortável à sua caminhada. Com Geraldo Alckmin fortalecido em São Paulo, o PSDB está fortalecido no Brasil inteiro”, afirmou Aécio em entrevista no Palácio dos Bandeirantes. Ele disse que fará uma campanha “muito próxima” de Alckmin, que tem ajudado na negociação do apoio nacional de legendas nanicas como PTN, PTC, PSL e PEN.
O senador mineiro se reuniu também com o PMN em São Paulo.

FENÔMENO Aécio Neves comemorou o apoio público recebido do ex-jogador de futebol Ronaldo Fenômeno, mas disse não saber se ele participará de sua campanha à Presidência da República. O ex-atleta, que é membro do Comitê Organizador Local da Copa, deu a declaração depois de fazer várias críticas à Copa do Mundo no Brasil e dizer que se sentia envergonhado do modo como o país se preparou para sediar os jogos. O comentário levou a presidente Dilma Rousseff (PT) a rebatê-lo, dizendo que o país fará a “Copa das copas”.

Sobre a polêmica, Aécio disse que espera receber outras manifestações de apoio e que qualquer pessoa pública que se manifeste sobre ele será “patrulhada” pela base de governo. “O que o Ronaldo fez foi na verdade externar um sentimento, com sinceridade, dele, pessoal, não é um político, fez isso de forma muito clara, como cidadão”, disse. O senador afirmou que os brasileiros estão cansados de “incompetência” e compromissos não cumpridos. “Isso vem sendo potencializado, acho que em todas as áreas. Me sinto como brasileiro envergonhado dos indicadores sociais do Brasil, do baixo crescimento da economia, do conjunto de obras inacabado, com sobrepreços, abandonadas pelo Brasil inteiro”, afirmou.

Enquanto Aécio se encontrava com Geraldo Alckmin, o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) saía em sua defesa em Brasília. O tucano usou a tribuna do Senado para cobrar punição à Prefeitura de Guarulhos, governada pelo PT, de onde, segundo denúncia publicada no fim de semana, teriam sido criadas páginas de ataques à candidatura de Aécio. De acordo com o correligionário, uma “usina de dossiês” tem sido acionada nas últimas campanhas eleitorais para tentar prejudicar os concorrentes do PT nas urnas. “É covarde essa campanha de calúnia nas redes. São ratos de esgoto da política imunda que se apresentam em período eleitoral”, afirmou. (Com agências).