São Paulo - Em palestra para o setor farmacêutico na manhã desta terça-feira, 27, o presidenciável do PSB, Eduardo Campos, disse que o Brasil perdeu uma oportunidade ao passar pela crise de 2009. Citando mudanças de governo na Europa e na China, a mudança da matriz energética nos Estados Unidos e a movimentação de países na América Latina por novos acordos bilaterais, o pré-candidato criticou a postura do governo brasileiro. "Todos foram de certa forma buscar seus caminhos, fazer da crise uma oportunidade", disse.
O presidenciável também reforçou suas propostas de dar maior autonomia ao Banco Central, voltar ao tripé macroeconômico e ter um conselho de responsabilidade fiscal. Segundo Campos, as medidas somadas a programas sociais e educação de qualidade serão a chave para voltar ao crescimento e melhorar o nível de desenvolvimento do País.
Desafio
O presidenciável do PSB, disse que o País tem o desafio de desenvolver a indústria farmacêutica. Campos disse que, como defende a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), hoje o Brasil produz trabalhos acadêmicos, ou seja, "tem dinheiro em pesquisa, mas o Brasil não conseguiu ainda transformar pesquisa em dinheiro".
O pré-candidato apontou que 80% dos insumos usados para fabricação de medicamentos genéricos no País são importados. E afirmou que o Brasil precisa ter um ambiente melhor de negócios, sem "preconceito" contra o capital privado, para que o setor se desenvolva. "Precisamos melhorar a regulação, a tributação e a logística."
Campos voltou a dizer que o Brasil já teve várias idas e vindas com tentativas de fazer uma reforma tributária e que ela não sai do papel pois tem sempre um viés imediatista. "Não é que não tenhamos propostas de reforma tributária, mas todas querem para aplicar em janeiro do ano que vem", disse. O presidenciável voltou a defender uma proposta de simplificação tributária que seja fatiada e que possa ser implementada gradualmente.