O Itamaraty confirmou que o ataque de hackers ao sistema do Ministério das Relações Exteriores se restringiu aos e-mails dos servidores. O acesso ao chamado IntraDocs, no qual ficam arquivados os telegramas e documentos sigilosos do serviço diplomático, e o sistema de troca de informações entre o Ministério e os postos diplomáticos no exterior não foram atingidos.
De acordo com o Itamaraty, hackers usaram o esquema chamado phishing, em que e-mails aparentemente de pessoas conhecidas são enviadas para colegas e com inclusão de link malicioso. Ao abrir o link, servidores instalam no sistema, sem querer, os chamados cavalos de troia, que recolhem informações sigilosas dos usuários, como senhas e números de documentos.
O ataque teria contaminado os e-mails de um número ainda indeterminado de servidores, permitindo o acesso a informações pessoais e a arquivos que servidores e diplomatas tivessem mantido ou recebido nos seus e-mails funcionais. Não teria, no entanto, alcançado o sistema de comunicação sigiloso entre as embaixadas e postos no exterior e o Ministério em Brasília nem o arquivo de telegramas.
O Itamaraty não confirma se chegou a haver vazamento de documentos sigilosos. Ainda não se tem informações do objetivo ou dos responsáveis pelos ataques. Uma investigação sobre o caso foi aberta pelo Gabinete de Segurança Institucional, responsável pela segurança de informações do governo, e pela Polícia Federal.
Com Agência Estado