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Estado de Minas

Compra da refinaria da Pasadena foi mau negócio "à luz atual" , diz Foster

Graça definiu a negociação como positiva na época, mas disse que "a avaliação à luz atual é que não foi um bom negócio"


postado em 28/05/2014 00:12 / atualizado em 28/05/2014 07:13

A presidente da Petrobras, Graça Foster, admitiu ontem em depoimento a senadores que o potencial de retorno dos investimentos na compra da Refinaria de Pasadena é baixo (foto: Geraldo Magela/Agência Senado)
A presidente da Petrobras, Graça Foster, admitiu ontem em depoimento a senadores que o potencial de retorno dos investimentos na compra da Refinaria de Pasadena é baixo (foto: Geraldo Magela/Agência Senado)

Brasília – Em depoimento à CPI "governista" do Senado, a presidente da Petrobras, Graça Foster, afirmou que, com as informações atuais, a estatal não compraria a Refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. O prejuízo foi de US$ 530 milhões. Graça definiu a negociação como positiva na época, mas disse que "a avaliação à luz atual é que não foi um bom negócio". Antes de Graça depor, a comissão aprovou a convocação do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, preso em 17 de março na operação Lava a Jato, da Polícia Federal, por envolvimento com o doleiro Alberto Youssef. Costa foi solto na semana passada.

Apesar de admitir que a compra de Pasadena tem “baixo potencial de retorno pelos investimentos feitos",  Graça Foster isentou a presidente Dilma Rousseff de responsabilidade no negócio. “Os responsáveis são, primeiramente, os diretores da Petrobras, que aprovam e recomendam. Depois, o conselho aprovou por unanimidade. Então, somos todos nós."

Graça garantiu que as cláusulas put option e Marlim “certamente demandariam grande discussão”, se tivessem sido apresentadas ao Conselho de Administração da empresa . "Em especial, se os riscos estivessem explicitados", disse. Na opinião dela, com essas informações, era possível que o negócio "não tivesse acontecido". Em 2006, o conselho, à época presidido por Dilma Rousseff, autorizou a compra de 50% da Refinaria de Pasadena, que pertencia à empresa belga Astra Oil. Somente há dois meses a presidente Dilma criticou o resumo feito pelo então diretor internacional, Nestor Cerveró, chamando-o de "incompleto", por omitir, na transação para compra de metade da refinaria a existência dessas cláusulas.

A put option determinava que, em caso de discordância entre as duas partes , a Petrobras seria obrigada a comprar o restante das ações, e a "Marlim" dava à sócia da estatal brasileira uma garantia de rentabilidade mínima de 6,9% ao ano. Após um processo na Câmara Internacional de Arbitragem, a Petrobras teve que comprar – obrigada por essas cláusulas – a metade restante de Pasadena. Diante do novo montante gasto, a compra de Pasadena acabou sendo um mau negócio e trouxe prejuízo para o Brasil.

Ontem, Graça afirmou ainda que buscar o refino no exterior foi o que despertou o interesse em Pasadena. De acordo com a presidente da Petrobras, Pasadena tinha um terreno muito grande e a localização muito boa e "construir uma refinaria nos EUA não é trivial".


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