O vice-presidente reagiu afirmando: “Presidente, nós estamos com pressa de quê? Nós queremos fazer justiça”. “Nós queremos fazer nosso trabalho. Fazer nosso trabalho e não chicana”, respondeu Barbosa. Lewandowski exigiu uma retratação e, depois da negativa do colega, tentou, mais uma vez, se justificar.
Batman
A postura intransigente do presidente fez com que parte da sociedade o visse como super-herói no combate à corrupção no país e o vestissem com capa preta – e a imagem se espalhou nas redes sociais. No auge da repercussão das condenações de políticos, Barbosa enfrentou o então presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), em novembro de 2012, porque queria impor ao Congresso a cassação dos deputados com mandato. Maia defendia que a medida teria que ser tomada pela Casa, depois da comunicação das sentenças condenatórias. Barbosa levou a melhor.
Antes disso, em abril de 2013, foi a vez de comprar briga dentro da própria casa, com os juízes da Justiça Federal, que defendiam a criação de novos tribunais, por meio de sua associação de classe. Barbosa era contrário e, apesar de aprovado na Câmara, o projeto ainda não saiu do papel e será analisado pelo STF (veja diálogo).
E, não bastasse tudo isso, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) sentiu a dureza do presidente do Supremo. Em fevereiro, em julgamento no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) sobre a possibilidade de serem cedidos procuradores da Fazenda para atuar como assessores em gabinetes de magistrados, ele criticou a existência de advogados que atuam como ministros ou juízes da área eleitoral, ao serem contratados como assessores nos gabinetes. Diante disso, Barbosa classificou como “postulação absurda” a OAB pretender proibir atuação dos procuradores..