A aposentadoria do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, anunciada ontem, reforçou as expectativas de moradores de Paracatu (Noroeste Minas), terra natal do ministro, de que ele venha entrar para a política. Pela legislação, Barbosa não pode disputar as eleições deste ano – só poderia concorrer em 2014 se tivesse se afastado do STF até 5 de abril –, mas moradores esperam que ele venha ser candidato em futuras pleitos. Ontem à tarde, um parente do ministro, ouvido pelo Estado de Minas, que não quis se identificar, acabou deixando escapar: “Na última vez que esteve aqui, ele (Barbosa) disse que neste ano não iria se candidatar. Mas que, no futuro, quem sabe”.
O presidente da Associação Comercial e Empresarial de Paracatu (ACE), Marcos Plauto Ruas Cordeiro, disse que existe um desejo coletivo na população de que o filho ilustre da cidade venha disputar algum cargo na política, incluindo a Presidência da República. “Hoje, a vontade que existe na cidade é que ele seja candidato, pois sabemos da honestidade dele. O Brasil tomou outro rumo no combate à corrupção depois que ele comandou as condenações do mensalão e assumiu a Presidência do Supremo”, afirmou Cordeiro. “O que queremos é que o Joaquim Barbosa entre para a política e faça alguma coisa para o Brasil e também para a nossa cidade, que está muito violenta”, completou o dirigente lojista.
Dono de uma farmácia em Paracatu, Milton Alves Silva Neto, acha que o ministro não deveria se aposentar agora, já que ele ainda pode permanecer no STF por mais 11 anos, até completar 70 anos de idade. “Acho que esse anúncio da aposentadoria pegou todo mundo de surpresa. Ele deveria continuar lá lutando. Ele lutou contra o mensalão, contra tudo e contra todos”, afirmou Milton. “Acho que Joaquim Barbosa deveria se candidatar sim. A política precisa de gente honesta.”
A mãe do ministro, Benedita Gomes da Silva, foi morar com filho em Brasília há algum tempo. O pai dele, que também chamava Joaquim Barbosa era caminhoneiro e continuou residindo na cidade do Noroeste mineiro, onde morreu há três anos.